quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Golpes de Génio - Die Hard


Realização: John McTiernan, Renny Harlin e Len Wiseman
Argumento: Roderick Thorp (baseado no livro)
Elenco: Bruce Willis, Alan Rickman, Bonnie Bedelia, Jeremy Irons, Samuel L. Jackson, Timothy Olyphant

John McClane nasceu a 23 de Maio de 1955 em Plainfield, New Jersey e, a partir desse dia, o mundo tornou-se um lugar melhor. Um lugar onde terroristas, assaltantes - ou assaltantes que se fazem passar por terroristas - não têm qualquer hipótese de sucesso. Mas McClane não é um herói comum, é só "o tipo errado, no sitio errado, à hora errada" - e é por isso que eu gosto dele.

O primeiro filme da saga Die Hard saiu em 1988 e amanhã, 25 anos depois, vai estrear o quinto. Não se preocupem, ser-lhe-á dada a devida atenção quando estrear. Mas hoje, estou aqui para falar dos outros quatro.

Ninguém pode defender que esta seja a saga mais coerente de sempre. Os únicos filmes que parecem estar minimamente ligados são o primeiro e o terceiro - pelo grau de parentesco dos vilões - e apenas os dois primeiros são passados durante a época natalícia. No entanto, é McClane que liga os filmes uns aos outros e todos são, de facto, acerca dele. Os vilões do segundo e quarto filmes são completamente irrelevantes, e Bonnie Bedelia (actriz que faz o papel da mulher de McClane) parece ter desistido de aparecer nos restantes filmes da saga. Pior ainda, no quarto filme parece existir um total desrespeito pela personalidade de McClane. Subitamente, o homem que sempre teve medo de voar é visto a guiar um helicóptero, o "herói acidental" é retratado como um badass implacável - mas a realidade é que todos os filmes funcionam, isoladamente ou como um todo. O quarto talvez menos, mas não deixa de ser um filme de acção espectacular.

E Bruce Willis criou a personagem de John McClane juntamente com o resto da equipa técnica. Quem mais poderia matar 500 000 mauzões por filme e ter sempre uma piada na ponta da língua? Willis criou o herói relutante que fala ao imaginário masculino como mais ninguém. É a eterna crise de masculinidade retratada na perfeição. O homem tem problemas com álcool, é viciado no trabalho, adora westerns antigos, tem medo de voar, é um charmoso irremediável, não aguenta o casamento mas nunca mais consegue amar outra mulher, tem problemas de relacionamento com o filho e com os namorados da filha. McClane é o que todos somos com o acréscimo de, no fim, ser sempre o herói. O que mais pode um homem ser?

Isto é tudo verdade, e nem referi o facto de estes filmes virem com uma das maiores ofertas de acção de sempre da história do cinema. É acção para todos os gostos, diálogos para todos os gostos, McClane faz-nos rir, gritar e levantar os braços bem alto quando larga um "Yippee Kai Yay" em jeito de conclusão.

Mas acima de tudo, Die Hard é um daqueles produtos que nos aquece o coração na noite de Natal, que nos faz sentir em casa mesmo quando estamos longe. Die Hard faz uso do cinema para entreter, cria laços inquebráveis entre amigos e faz-nos sentir um bocado menos sozinhos num mundo com falta de heróis a sério. E enquanto tudo na minha vida vai mudando, McClane permanece o mesmo e, por isso, estou-lhe eternamente grato.

2 comentários:

  1. Para mim o 4º filme sai um pouco da onda dos outros (embora goste do vilão), na medida em que o "tecnologizaram" (inventei agora...lol) de forma a tentar apanhar o pessoal que nasceu nos anos 90.

    Para mim o melhor é o 1º logo seguido pelo 3º. No 2º os vilões são um bocado esquecíveis.

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  2. Concordo 100% com isso tudo. Já não espero que o 5º seja tão bom como os 3 primeiros, mas não deixa de ser uma das datas mais importantes de 2013. Carrega McClane!

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