sábado, 31 de janeiro de 2015

70 anos da libertação de Auschwitz


Para quem nunca viu Shoah, é um tratado. Cinematográfico, histórico, cultural e, acima de tudo, moral.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

American Sniper


Realização: Clint Eastwood
Argumento: Jason Hall
Elenco: Bradley Cooper, Sienna Miller, Luke Grimes, Jake McDorman, Cory Hardrict, Keir O'Donnell

“American Sniper is the biggest anti-war statement any film can make. It’s about what war does to the family and the people who have to go back into civilian life like Chris Kyle did and what it does to the people left behind.”

Com esta afirmação Clint Eastwood demarca-se das críticas de pró-guerra e islamofobia que fora acusado e descreve o seu novo filme como um sentido elogio às marcas de guerra e àqueles que têm força e coragem para ultrapassar as lembranças, os traumas.

Podemos concordar ou não – o veterano realizador é um republicano e patriota convicto, além de praticamente toda a sua filmografia assentar numa matriz de “o bem” vs “o mal”, portanto caberá a cada um de nós tirar as suas ilações – mas se há algo que sobressai neste biopic sobre Chris Kyle, o sniper norte-americano com maior número de mortes registado em qualquer palco de guerra em que os EUA tenham estado presentes e que era conhecido pelos seus pares como “Lenda”, é exactamente o foco que Eastwood coloca sobre o stress pós-traumático nos veteranos de guerra e no quão difícil é o regresso a casa, à família, ao quotidiano comum.

E é aí que residem os melhores momentos do filme, os regressos a casa de Kyle (fez quatro tours no Iraque): a dificuldade de ambientação expressa num misto de timidez e incómodo no relacionamento ou simples diálogo com outras pessoas (excelente Cooper nesse aspecto, sempre deslocado), o distanciamento da mulher e dos filhos, ainda crianças, e uma crescente ansiedade de Kyle face a todos aqueles que não pôde salvar e ao dever patriótico de voltar e continuar a lutar pela sua pátria, o seu povo – a cena do reencontro com o irmão à beira do embarque, espelho das diferenças grotescas que existem entre “obrigação” e “missão”.

Paradoxalmente, sempre que a película avança para terreno “inimigo” a qualidade perde-se, ou pelo menos dilui-se; há cenas excelentes, não quero ser mal interpretado – o momento inicial em que Kyle tem a mulher e o miúdo na mira, brutalmente tenso, e de repente o flashback para a infância, ou a inacreditável cena da tempestade de areia em Sadr City, tecnicamente um espanto – mas há demasiado “americanismo” exagerado em palco de guerra, culminado com a vingança pessoal de Kyle (que é antitético com o seu patriotismo e sentimento missionário) e a infeliz cena “à la Matrix” quando Mustafa é abatido.

A verdade é que o realismo contido e quase neurótico que Eastwood consegue transmitir nas cenas de regresso aos EUA – os olhos muito abertos de Kyle enquanto a mulher desespera na cena na cama, ou a psique em transe do militar quando vê e ouve um cenário de guerra que não existe em frente ao televisor desligado, seguida da “explosão” junto à piscina (Cooper novamente forte) –, esmorece e tudo se torna demasiado emocional, demasiado romanceado, demasiado plástico quando a acção voa para o Iraque.

Talvez seja normal, apesar de ser o último grande realizador americano clássico, desde 2008 e do seu maravilhoso Gran Torino – o círculo que se fecha na carreira e na vida de Clint, de Blondie/Joe/Man with No Name a Harry Callahan ou Bill Munny – que o octogenário entrou numa espécie de piloto automático, tocando vários géneros nas suas últimas películas mas sem nunca conseguir voltar a ser brilhante.

Por isso a sensação que fica é que American Sniper não é o que podia ter sido, o retrato cru e desolado da Guerra ao Terror norte-americana, na mesma linhagem de The Hurt Locker, a obra-prima de Kathryn Bigelow; e também não é a grande peça de guerra de Eastwood, mestre em todos os géneros. Essa é Letters from Iwo Jima.

Ainda assim, um filme com qualidade e com momentos grandes. Clint não sabe fazer mal.

Golpes Altos: Não sou fã de Cooper mas tem um bom desempenho, seguro dentro da insegurança e desequilíbrio da personagem. O retrato do stress pós-traumático enquanto veículo de destruição. A cena da tempestade de areia, de cortar a respiração.

Golpes Baixos: A falta de realismo, de contenção dramática, de frieza nos momentos de combate. Há uma heroicidade exagerada, por assim dizer. A cena da “bala lenta”, despropositada.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Whiplash




Realizador: Damien Chazelle
Argumento: Damien Chazelle
Actores: Miles TellerJ.K. Simmons

Este Realizador fez este mês 30 anos... aponta muito alto... é capaz de nos envolver numa paixão que ele tem, o jazz, de uma forma única e mais surpreendente ainda: transversal. O Jazz é um namoro antigo dele, em 2009 realizou um filme também sob o mesmo tema que a crítica gostou bastante, agora fez uma obra prima que embora possa parecer ter uma temática de "nicho", qualquer público se vai render ao vê-la.

Ele próprio tentou ser baterista de Jazz, tendo percebido cedo que não tinha qualidade para tal... dedicou-se (ainda bem) ao Cinema, e voltou a esta temática tendo estado por dentro da obsessão brutal que uma carreira nesta área exige. Se aliarmos isto a um mentor com aura de general e que procura de forma incessante a busca por algo maior, para lá das nossas expectativas sobre nós mesmos, temos Whiplash. Se, em cima de tudo isto, juntarmos um actor que toca bateria desde os 15 anos e é apaixonado pelo instrumento...

O filme centra-se na relação aluno/mentor, com papéis dignos de nomeações, de prémios e de lembrança no futuro. J.K. Simmons está incrível, com um papel visceral elevando também ele para outra dimensão as expectativas da interpretação... Miles Teller é já há algum tempo dos jovens que merecem ser seguidos, uma espécie de coqueluche do Cinema Indie que mostra aqui uma dimensão global para a qual já tinha apontado.

O crescendo do filme agarra-nos à cadeira, não queremos nunca desviar a atenção...e o Realizador não deixa! A edição do Filme dá-nos o "tempo", como se nós próprios fizéssemos parte da banda e tivéssemos que entender o ritmo do filme tal como ele o quer passar. E é bem sucedido. Um ritmo com picos totalmente alucinantes.

Vê-se mesmo a paixão à volta do tema, a entrega a algo que as pessoas envolvidas adoram, um exercício explosivo também por isso.

Um filme de obsessão, carregado por interpretações estrondosas e um final enorme, há algum tempo que não via um desfecho tão bem conseguido num filme. Um amigo meu num cinema em Londres aplaudiu o filme no final, não é para menos... Bravo!

Como disse o Brian Henry Martin da UTV: "This is what happens when the kids from Fame meet the drill sergeant from Full Metal Jacket." - touché

Curiosidade: Este filme, tal é o trabalho feito à volta da obsessão pelo próximo estágio de evolução, tal é a densidade com que se entregam aluno e mentor ao trabalho, tal é a competitividade vivida em todos os momentos, podia ter sido feito pelo Aronovsky... aquele que é para mim o mestre da obsessão. Mas não acredito que fosse melhor, diferente sim, talvez até mais negro, mas não sei se melhor. 

Incrível: "Although Miles Teller has been drumming since he was 15 years old, he took additional lessons 4 hours a day, 3 days a week to prepare for the movie. Although a visual double was used, all of Andrew's drumming were performed by Miles Teller himself."

Golpes Altos: Interpretações, ritmo do filme, edição, trabalho exímio da construção das personagens, banda sonora e final arrebatador. 

Golpes Baixos: Convido-vos a escrever qualquer coisa aqui... eu não consigo... 

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Foxcatcher


Realização: Bennett Miller
Argumento: E. Max Frye, Dan Futterman
Elenco: Steve Carell, Channing Tatum, Mark Ruffalo, Sienna Miller, Vanessa Redgrave

Bennett Miller, aqui com a sua terceira longa-metragem (Capote, Moneyball), todas elas assentes em histórias verídicas, começa lentamente a despontar como um dos mais competentes retratistas dos contornos cinzentos da sociedade norte-americana – o novo e percursor vs o old fashion vigente, a classe pobre e aculturada mas trabalhadora e honrada vs as elites cultas e instruídas mas amorais, a heroicidade do talento puro vs o vazio do dinheiro enquanto matriz de conquista.

E a cada filme que passa parece melhorar: Capote, apesar dum esplendoroso Philip Seymour Hoffman, era um filme mediano, sem grande sumo para lá da densidade da personagem; e Moneyball, esse sim um belo filme, acaba por ser simultaneamente mais leve, menos impactante e, provavelmente de forma injusta, mais facilmente esquecível. Todavia com Foxcatcher, Miller eleva o seu cinema para uma dimensão de ambiguidade ética e moral e paralelamente de frieza emocional em que nunca tinha estado.

O ritmo é lento, muito lento, os próprios diálogos são vagarosos, há planos sequenciais muito longos a acompanhar a fotografia suja, quase granulada, que nos remete para os crime films das décadas de 70 e 80; juntem a isso um clima sempre cinzento, sempre chuvoso, em que as raras excepções são algumas passagens de manhãs outonais na propriedade da família du Pont, com foco sobre a vida selvagem – os pássaros que John (Carell), orgulhoso ornitólogo, tanto gosta de observar e estudar e os cavalos milionários da mãe Jean (Redgrave), símbolos únicos de vida “pura” e sã naquela propriedade –, a quase integral ausência de banda-sonora e o comportamento obsessivo e complexado que John vai evidenciando de forma cada vez mais alarmante à medida que o filme vai avançando, e ficam com uma amálgama tensa e pesada, uma panela de pressão prestes a explodir a qualquer momento. E o melhor de tudo, o segredo da narrativa, está no truque de Miller em nunca fazer-nos sentir quando é que esse pathos ocorrerá. Daí os últimos 15 minutos serem tão cruéis e difíceis de digerir quanto brilhantemente orquestrados.

Por fim, e porque seria injusto não o realçar, mais do que um virtuoso com a câmara ou um construtor de narrativas ímpar (a ambos os pedestais poderá chegar mas precisa de mais filmografia para isso), é na direcção de actores que Miller se vai mostrando magistral: se Seymour Hoffman e Brad Pitt, muito bem coadjuvados por Catherine Keener e Jonah Hill respectivamente, tiveram com Miller papéis de carreira e nomeações para os Óscares (tal como os secundários referidos), em Foxcatcher somos surpreendidos com três interpretações poderosas: Ruffalo num papel “físico”, com muitos tiques de wrestler mas menos denso emocionalmente – é o “talento puro”, feliz com a carreira e com a vida, a personagem solar do tridente; Tatum como um outrora campeão que luta contra a encruzilhada em que a vida o colocou, um solitário sem relacionamentos pessoais e ávido dum reconhecimento profissional à altura do do irmão – o lado lunar; e Carell, com uma rara aparição no drama, assustador enquanto um bilionário filantropo que por detrás duma suposta paixão pelo wrestling se revela um indivíduo sombrio, dominado por demónios de inveja, fracasso, repudia e carente de amor, afirmação e admiração.

Uma daquelas películas que não revemos tão cedo e que mesmo para vermos temos de estar com a predisposição correcta, Foxcatcher é um retrato frio, indigesto e brutalmente triste do dark side of America. Como dizia Peter Bradshaw na sua crítica no The Guardian, “It is a gripping film: horrible, scary and desperately sad.”

Golpes Altos: Bennett Miller, sobretudo pela irrepreensível direcção de actores. A sinergia entre o ritmo ultra lento da narrativa e o tom melancólico do quadro criado. Os três protagonistas, encabeçados por Steve Carell.

Golpes Baixos: Como disse acima, é um filme que dificilmente revemos de tão parado e pesado que é.

sábado, 24 de janeiro de 2015

The Imitation Game


Realização: Morten Tyldum
Argumento: Graham Moore
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Mark Strong, Charles Dance, Rory Kinnear

Biopics sobre génios da Humanidade, mais ou menos (re)conhecidos, que a determinada altura tiveram um papel importante ou até mesmo decisivo no rumo da História há às carradas em décadas de cinema. O problema hoje em dia prende-se com a capacidade de ser inventivo, original na abordagem e, simultaneamente, manter a qualidade da narrativa, da fidedignidade da trama e do nível das interpretações.

The Imitation Game não cumpre com esses requisitos. Ou melhor, digamos que é uma simples e descafeinada biografia, enaltecimento de Alan Turing, brilhante matemático e cientista inglês, personagem pouco conhecida mas preponderante no desenlace da Segunda Grande Guerra.

Resumindo em poucas linhas, Turing e a sua equipa, contratados secretamente pelos serviços de inteligência britânicos, após meses de trabalho e vicissitudes desenvolveram a chamada Turing machine, preâmbulo dos computadores actuais, que permitiu descodificar a evoluída máquina de encriptação nazi Enigma. Assim, mensagens e movimentações de guerra germânicas foram interceptadas e consequentemente antecipadas e a vitória aliada acabaria por ocorrer mais cedo.

É justo dizê-lo, Cumberbatch, com o seu ar estranho, desconfiado, quase vazio, personifica de forma competente um Turing com vários problemas de sociabilização, tímido e deveras complexado, que esconde a sua homossexualidade e o trauma duma perda passada.
Mas o problema na película do norueguês Morten Tyldum, numa primeira aventura por produções anglo-americanas, é que a parte boa fica praticamente por aí. Há ainda umas tiradas descontraídas e engraçadas – a anedota do urso, a cena do engate de Hugh no bar –, mas nos momentos dramáticos o filme espalha-se ao comprido. Não há alma, não há intensidade, as tensões são tocadas ao de leve, as emoções mal geridas, mal trabalhadas, e o resultado claramente desinteressante.

Mesmo a questão da perseguição aos homossexuais durante décadas, que Turing acabou por sofrer com consequências trágicas, é explorado somente nos últimos 15 minutos e numa cena algo soporífera.
A ajudar, dois pontos negros mais: os flashbacks para a infância são exagerados e algo macabros, com um Turing novinho que parecia saído dum filme de terror; e, ainda mais importante, o restante elenco tem um desempenho entre o fraco e o fraquíssimo, com destaques para Knightley, que por muito que se esforce não é mais do que uma carinha bonita; Strong, que parece que está nos Oceans, de tanto estilo que vai largando; e Dance, que por muito que aprecie, tem uma não-personagem de tão oco que é o seu “lobo mau”. Ah, e isto sem contar com o espião metido a martelo que puseram lá no meio! Momento infeliz.

Golpes Altos: Cumberbatch (este tipo anda lançado!). A exposição da vida de Turing e do seu trabalho.

Golpes Baixos: A "normalidade" e falta de ambição do projecto, da narrativa e da forma que foi contada. A ausência de intensidade, de dramatismo – não há entranhas neste filme. Todas as restantes personagens.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Alguns Nomeados para os Oscars 2015. Ainda não vi tudo mas faço uma pré-pré-previsão dos melhores "pintando-os" de vermelho... (se virem algum a verde, é porque preferia que ganhasse esse)

BEST PICTURE

American Sniper
Birdman
Boyhood
The Grand Budapest Hotel
The Imitation Game
Selma
The Theory of Everything
Whiplash

BEST ACTOR

Steve Carell, (Foxcatcher)
Bradley Cooper, (American Sniper)
Benedict Cumberbatch, (The Imitation Game)
Michael Keaton, (Birdman)
Eddie Redmayne, (The Theory of Everything)

BEST ACTRESS

Marion Cotillard (Two Days, One Night)
Felicity Jones (The Theory Of Everything)
Julianne Moore (Still Alice)
Rosamund Pike (Gone Girl)
Reese Witherspoon (Wild)

BEST SUPPORTING ACTOR

Robert Duvall (The Judge)
Ethan Hawke (Boyhood)
Edward Norton (Birdman)
Mark Ruffalo (Foxcatcher)
JK Simmons (Whiplash)

BEST SUPPORTING ACTRESS

Patricia Arquette (Boyhood)
Keira Knightley (The Imitation Game)
Emma Stone (Birdman)
Meryl Streep (Into The Woods)
Laura Dern (Wild)

CINEMATOGRAPHY

Emmanuel Lubezki, (Birdman)
Dick Pope, (Mr Turner)
Robert D Yeoman, (The Grand Budapest Hotel)
Ryszard Lenczewski and Łukasz Żal, (Ida)
Roger Deakins, (Unbroken)

COSTUME DESIGN

Milena Canonero, (The Grand Budapest Hotel)
Mark Bridges, (Inherent Vice)
Colleen Atwood, (Into The Woods)
Anna B. Sheppard, (Maleficent)
Jacqueline Durran, (Mr Turner)

DIRECTING

Wes Anderson (The Grand Budapest Hotel)
Alejandro Gonzalez Inarritu (Birdman)
Richard Linklater (Boyhood) 
Bennett Miller (Foxcatcher)
Morten Tyldum (The Imitation Game)

FOREIGN LANGUAGE FILM

Ida (Poland)
Leviathan (Russia)
Timbuktu (Mauritania)
Wild Tales (Argentina)
Tangerines (Estonia)

MAKEUP AND HAIRSTYLING

Foxcatcher
The Grand Budapest Hotel
Guardians of the Galaxy

ORIGINAL SCORE

Grand Budapest Hotel
Interstellar
Mr Turner
The Theory of Everything
Imitation Game

ORIGINAL SCREENPLAY

Alejandro Gonzalez Inarritu, Nicolas Giacobone, Alexander Dinelaris Jr, Armando Bo (Birdman)
Richard Linklater (Boyhood)
Foxcatcher (E. Max Frye and Dan Futterman and Bennett Miller Screenplay)
Wes Anderson and Hugo Guinness (The Grand Budapest Hotel)
Dan Gilroy (Nightcrawler)

ADAPTED SCREENPLAY

Jason Hall (American Sniper)
Graham Moore (The Imitation Game)
Anthony McCarten (The Theory Of Everything)
Paul Thomas Anderson (Inherent Vice)
Damien Chazelle (Whiplash)

ANIMATED FEATURE FILM

Big Hero 6
The Box Trolls
How To Train Your Dragon 2
Song of the Sea
The Tale Of Princess Kaguya

DOCUMENTARY FEATURE

CitizenFour, Praxis Films
Finding Vivian Maier, Ravine Pictures
The Salt of the Earth, Decia Films
Virunga, Grain Media
Last Days in Vietnam

FILM EDITING

American Sniper
Boyhood
The Grand Budapest Hotel
The Imitation Game
Whiplash

ORIGINAL SONG

Everything is Awesome (The Lego Movie)
Glory (Selma)
Grateful (Beyond the Lights)
I'm not Gonna Miss You (Glenn Campbell: I’ll Be Me)
Lost Stars (Begin Again)

VISUAL EFFECTS

Captain America
The Winter Soldier
Dawn of the Planet of the Apes
Guardians of the Galaxy
Interstellar
X-Men: DOFP