Realização: Zack Snyder
Argumento: Christopher Nolan e David S. Goyer
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Russel Crowe, Kevin Costner e Michael Shannon
Após anos e anos a vaguear no vazio cibernético, a tão afamada rubrica "Testa-a-Testa" regressa em grande para avaliar o tão esperado renascimento do mais
Como é que é possível que um super-herói tão espectacular seja tão mal-amado? Ok, suponho que o excesso de licra e o facto de vestir as cuecas por cima das calças não ajude mas, ainda assim, estamos a falar do homem mais poderoso do mundo, do mais existencialista dos seres, do mais benévolo dos kryptonianos. Então afinal, o que falha? (1- não é um homem, é um ET... 2- o melhor truque dele é usar uns óculos de massa)
É precisamente isso. O ponto fraco do Super-Homem é a sua ausência de pontos fracos (kryptonite não conta, visto que não anda propriamente por aí ao pontapé). Assim, os anos foram passando e as pessoas tornaram-se menos e menos fãs de uma das mais incríveis figuras mitológicas alguma vez criadas. Com Man of Steel, Zack Snyder e Christopher Nolan voltaram a mostrar-me o quão bom é amar o Super-Homem, e porque é que nunca o deveria ter abandonado. (ninguém o abandonou, não tiveram foi saco para pegar nele durante estes anos depois de tanta tentativa falhada... prefiro os primeiros!)
O filme não é perfeito, longe disso. E desengane-se quem dele espera um Dark Knight, porque também não o vai receber. Maioritariamente porque Snyder é um realizador medíocre, com a vantagem de estar a ser carregado às costas por um argumento brilhante (sim, brilhante) escrito por Christopher Nolan. (BRILHANTE?? Onde?? Amo o Nolan, mas tem aqui a sua pior peça escrita.)
Neste Man of Steel, o Super-Homem não tem kryptonite, não é um jornalista, não tem 35 anos e não tem inimigos humanos. Neste Man of Steel, Kal-El é uma personificação de um Jesus Cristo de 33, enviado ao mundo pelo seu bom pai para ser 'a God amongst them'. Assim, a educação de Clark termina com a ajuda dos seus pais humanos, uma espécie de José e Maria versão Kansas, que tentam proteger Kal-El de um mundo que ainda não está preparado para ser guiado - 'You will give the people an ideal to strive towards. They will race behind you. They will stumble. They will fall. But, in time, they will join you in the sun'.
(tinha de vir o Cristão... Raios partam... Assumes portanto que o JC era um ET? Repara que tudo o que dizes que ele não é, acaba por se tornar no final! Get ready!)
Pessoalmente, adorei o filme. Acho que tem uma primeira parte brilhante - a roçar o genial - e uma segunda parte menos iluminada mas igualmente competente. Chorei, tentei controlar o eriçamento involuntário dos pêlos dos braços e lembrei-me do que significa ser bom, do que significa ser pai, ser filho e do difícil que é crescer sabendo que temos nas nossas mãos o poder de mudar o mundo. (mas tu foste ver o Malick na sala ao lado?)
Vivemos numa era sem esperança. A mitologia tomou a forma das BD's e a nossa esperança resta agora nas mãos de artistas, e não de políticos. Ao escrever esta história, Chritopher Nolan fez o que nenhum político me conseguiu dar nos últimos 20 anos - voltei a ter fé na humanidade. (ok... confirma-se... foste ver o Malick... )
Golpes Altos - O argumento é simplesmente brilhante. Os actores estão TODOS óptimos. Russel Crowe e Kevin Costner são pérolas de casting para os respectivos papéis. Para mim, um filme é uma boa história - e Man of Steel é um grande filme. (Mas o Russel Crowe e o Kevin Costner não entram no filme do Malick...)
Golpes Baixos - A realização de Snyder tem alguns pormenores brilhantes - imagem do herói, de braços estendidos como Cristo na cruz a flutuar no espaço (wow!) - mas é uma realização limitada quando sabemos o que Nolan conseguia fazer com isto se tivesse agarrado o projecto sozinho. A química entre Cavill e Amy Adams não está muito bem explorada, se bem que não consigo perceber muito bem porquê... (essa imagem é igual à do Neo... igualmente má! Quanto à química não está de todo explorada, só na lamechice...)
buddy
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Começamos numa mistura de Cloud Atlas com Matrix (o Morpheus até aparece depois!). Temos de nos situar e o filme leva-nos à génese do Super-Homem. Os problemas lá na terra dele, a apresentação da importante figura do Pai, da Mãe e do vilão deste 1º filme. É tudo muito rápido porque não há tempo para mais mesmo quando o filme tem quase 150min. Perde-se mais tempo na exposição dos efeitos especiais (bons) do que na própria história.
(Epah não acredito que acabaste de comparar esta obra-prima com o Cloud Atlas. Que injustiça...)
Depois chegamos à terra. O Super-Homem é agora a Madre-Teresa de Calcutá e salva tudo o que lhe aparece à frente com o aspecto do Wolverine. O actor é atraente como tem de ser, musculado como tem de ser e péssimo como aparentemente parece ter de ser. Depois de muita moral enfiada naquela cabeça por parte do Bodyguard, chega a parte em que estamos perante a Guerra dos Mundos / Independence Day. Aqui a Madre-Teresa tem umas 15 cenas lamechas com a jornalista e todos juntos decidem salvar o mundo, mesmo que para isso o tenham que rebentar todo à porrada.
(Correcção: é agora Jesus Cristo de Nazaré. A Madre Teresa era mais velhinha e não tinha poderes)
A dada altura voltamos ao Matrix (o 2º, o mau Matrix...) com a célebre batalha entre o Neo e o Agent que destroem tudo à volta deles. Engraçado que a população da cidade cabe toda nas estações subterrâneas para evitar males maiores. Havia de ser cá... Tudo na estação das Laranjeiras à espera que acabassem a porrada lá cima.
Os bons ganham, aparece uma referência ao próximo vilão, o famoso Lex Luthor, e eu aguardo-o porque este filme nem para pipocas deu... Espero que melhorem bastante.
(Para mim, todos os Matrix's são maus.)
Na minha opinião tentem as vezes que tentarem, façam o que fizerem, digam o que disserem, o Batman dará SEMPRE 10-0 ao Super-Homem... Tem muito mais para contar, tem muito mais conteúdo para explorar e... é humano. E sim, a comparação é mesmo inevitável.
(Eu prefiro o Super Homem ao Batman. Mas admito que a trilogia Dark Knight é muito melhor que este Man of Steel.)
(Eu prefiro o Super Homem ao Batman. Mas admito que a trilogia Dark Knight é muito melhor que este Man of Steel.)
Golpes Altos - Efeitos especiais mas o cinema serve para contar histórias... Quando o melhor de um filme são os efeitos especiais, podia ter ido ver os Transformers que ao menos tem a Megan Fox. Ah, e a Amy Adams é óptima actriz mas aqui passa 80% do tempo com lágrimas nos olhos, como se estivesse o tempo todo a ver algumas cenas do The Notebook.
(Eu acho que o pior do filme são as cenas de acção. Tudo o resto é incrível.)
(Eu acho que o pior do filme são as cenas de acção. Tudo o resto é incrível.)
Golpes Baixos - A "lavagem" que se esperava da Produção do Nolan não apareceu, pelo menos para mim... De facto as expectativas estavam bem lá em cima mas... caí da altura daqueles prédios todos que acabaram no chão.
Péssimas prestações dos actores mais importantes, o Super-Homem e o Vilão. A expressividade dos gajos está ao nível do Hugh Jackman e Van Damme.
(ESPERA! Como assim o Vilão é mau actor???? O Michael Shannon está BRILHANTE! Dos melhores vilões de SEMPRE! E o puto também não é mau, consegue alternar bem entre a fúria e a apatia clássica do Super Homem.)
PS: Ainda hoje vemos malta a correr em frente a fugir de coisas que estão a cair nessa mesma direcção... Really?
B.