domingo, 16 de junho de 2013

The Hunt



Realizador: Thomas Vinterberg
Argumento: Tobias LindholmThomas Vinterberg
Actores: Mads MikkelsenThomas Bo LarsenAnnika Wedderkopp

Merda para esta puta de moda de excessiva protecção das crianças, merda para as bolhas Actimel que querem criar à volta destes eternos inocentes, merda para as músicas alteradas que não digam "atirei o pau ao gato" ou "esta rua cheira a sangue", merda para o apagão de antigos desenhos animados onde alguém realmente morria, onde haviam consequências, onde a puta da vida não é um carrossel com fichas ilimitadas, merda para o bullying que inventaram e que até já se fazem peças de teatro em escolas, merda para isto tudo de quem parece que nunca foi criança!

Este filme é nojento. É bom? Claro que é... É muito bom, NINGUÉM ficará indiferente ao que aqui se passa e até poderá ser proveitoso ter a maioria das pessoas a ve-lo. Mas é nojento, é revoltante... Apetece entrar pelo LCD a dentro e rebentar com metade dos personagens que entram no filme, de queimar a cidade e de gritar ao mundo que as crianças em metade do tempo que respiram também são más! São do mais puro que existe e por isso mesmo são más!

Uma mentira pode realmente destruir tudo o que construimos durante anos. Neste caso a miúda ao mentir no sítio errado à hora errada acaba com um homem, acaba com um bom homem que finalmente endireita a vida difícil que tem. Mesmo depois de estar "provado" legalmente que é inocente, a puta da sociedade onde ele se insere não aceita essa decisão e mesmo numa fase em que tudo parece mais calmo, não está. A redenção nem na casa do Senhor é consumada.

É um filme triste, uma história triste e que dá muito que pensar... O filme transmite tudo o que senti e acho que se nota que o acabei de ver. É fortíssimo, muito bem contado e acima de tudo muito bem interpretado. O Mads Mikkelsen é um estrondo e aqui prova-o novamente.

Parabéns ao filme por ser tão bom, NUNCA MAIS o verei... Odiei a experiência mas repito, é muito bom.


Golpes Altos: Tudo o que nos faz pensar e sentir mesmo que no fim precisemos de ver uma merda do Adam Sandler para relaxar...

Golpes Baixos: Ele não ter matado metade dos gajos que lhe fizeram a vida negra, o puto não ter espancado o gordo gigante e a cadela não ter ressuscitado para arrancar o escroto à dentada a quem a matou...

PS: para os que ainda acham que as crianças são lindas e inocentes, um bom anúncio para vocês AQUI.

7 comentários:

  1. Eu tinha a certeza que não queria ver este filme porque só trailer me tinha deixado incomodada, depois do teu texto, está confirmado!

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  2. Ainda não vi isto pah, mas incomoda-me um bocado o tema. Já os Pecados Intimos me custou a engolir, este parece-me andar na mesma onda.

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  3. Também o vi ontem à noite! Filme brutal, chocante, mas que merece completamente ser visto!
    E realmente há mesmo momentos em que apetece entrar ecrã dentro e desfazer a boca às pessoas, principalmente à miúda! Eu sei que é uma criança mas porra, o olhar da miúda fez-me lembrar o olhar do puto que fez o The Omen...

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  4. Top, top. Quase 2 horas de incómodo e enjoo.
    Vinterberg é frio e implacável com a câmara, filmando com um distanciamento emocional calculista e calculado e Mikkelsen tem uma raiva contida dentro dele que nos atormenta e assombra. E mesmo quando explode mantém a postura, a dignidade, a aura da sinceridade injustiçada.
    Filmão.

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  5. Eu vi o filme, gosto de filmes crus, filmes que incomodem, filmes que mostrem a verdadeira natureza do homem e sociedade.
    E já cansa esta ideia implantada que as criancinhas são uns anjinhos, incapazes de maldade e que se por acaso são maus a culpa é dos papás.
    Deviam conhecer o meu sobrinho que com 3 anos é capaz das coisas mais horríveis...

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  6. Ahahah porra B., tens aqui uma legião de "children haters" :P Eu cá contínuo a achar que as crianças são inocência. Lembro o início do "Wings of Desire" do Wenders:

    When the child was a child, it was the time of these questions. Why am I me, and why not you? Why am I here, and why not there? When did time begin, and where does space end? Isn't life under the sun just a dream? Isn't what I see, hear, and smell just the mirage of a world before the world? Does evil actually exist, and are there people who are really evil? How can it be that I, who am I, wasn't before I was, and that sometime I, the one I am, no longer will be the one I am?

    When the child was a child, it walked with its arms swinging. It wanted the stream to be a river, the river a torrent, and this puddle to be the sea. When the child was a child, it didn't know it was a child. Everything was full of life, and all life was one. When the child was a child, it had no opinion about anything, no habits. It often sat cross-legged, took off running, had a cowlick in its hair, and didn't make faces when photographed.

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  7. É um filme óptimo, daqueles que fica connosco. O tempo é bastante diferente da realização norte-americana, só por isso é um must see.

    http://amarmitalisboeta.blogspot.pt

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