quinta-feira, 14 de março de 2013

Oz: The Great and Powerful


Realização: Sam Raimi
Argumento: Mitchell Kapner e David Lindsay-Abaire
Elenco: James Franco, Mila Kunis, Michelle Williams e Rachel Weisz

Há alguns anos atrás, acordei um tanto sobressaltado com um sonho. Nesse sonho, era-me oferecido um repasto num conhecido restaurante lisboeta - e até aqui tudo bem - o problema foi que, à primeira garfada, a comida desapareceu antes de me cair no goto. Era como se estivesse a comer uma nuvem sensaborona e traiçoeira. Foi mais ou menos isto que senti com Oz: The Great and Powerful.

O filme surge como uma prequela ao clássico de L. Frank Baum "O Feiticeiro de Oz", mas não dignifica as suas origens. A história é óptima, e só isso já seria uma grande ajuda para não se fazer um filme de merda. Mas não, Sam Raimi consegue ser cada vez mais medíocre. A história da sua mediocridade vem desde o início da sua carreira como realizador de terror Classe-B e avança mais de uma década até à gigantesca merda que foi a trilogia Spider-Man. Não, mentira: vem até à merda que é este filme.

Mas porque é que Raimi falhou? O filme tem tão bom aspecto, tantas cores e actores famosos. Pois, é precisamente por aí. Raimi agarrou numa história riquíssima e decidiu transformá-la numa espécie de "Avatar - A Sequela". Tudo no filme são efeitos especiais ultra-digitais e preparadinhos para serem vistos num IMAX 3D. E isso não podia ser feito. Não com Oz. Não com uma das peças mais importantes da cultura juvenil universal.

E depois há os actores. Oh... os actores. Temos portanto um dos piores aí da praça a fazer uma das personagens mais místicas e icónicas de sempre. James Franco, you suck! És um gajo fixe de certeza. Tens graça e fazes bem de ganzado. Mas nunca, nunca mais tentes fazer um personagem emocionalmente profundo ou complexo. Porque tu próprio não o és, e também não o consegues fingir. E depois temos as bruxas... Frank Baum está a arranhar o tecto do seu caixão. Mila Kunis e Michelle Williams não conseguem ser nem más, nem boas. São simplesmente... neutras? Rachel Weisz salva a coisa e dá a única boa interpretação do filme (juntamente com Zach Braff que tem sempre alguma piada).

E é isto. E é triste, porque já é altura de alguém com talento e que perceba a profundidade do Man  Behind the Curtain agarrar neste clássico e dar-lhe a homenagem merecida. Já é altura, mas ainda está para vir. No entanto, se estiverem com fome de pipocas e quiserem levar os filhos ao cinema, o filme não é intragável e tem a vantagem de começar e acabar bem - o meio é que é mais difícil.


Golpes Altos: Começo a preto e branco, seria óptimo se Oz fosse interpretado por outro actor. Bom final de filme, quase parece desligado do resto. Mila Kunis, és TÃO forte!

Golpes Baixos: Interpretações. Guião não vive sozinho. Realização para distrair os olhos. Demasiados efeitos, demasiadas cores, bichos demasiado feios. Uma desilusão até para quem, como eu, não tinha ilusões.

3 comentários:

  1. Parece-me francamente mau.
    Acho que não vou lhe dar sequer uma chance. Nem pela Mila.

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  2. É bonito e inocente, visualmente deslumbrante, tem grandes efeitos, Mila Kunis parece fabuloso

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