sábado, 23 de março de 2013

Submarine


Realizador: Richard Ayoade
Argumento: Richard Ayoade
Actores: Craig Roberts, Sally Hawkins, Paddy Considine

O Richard Ayoade e o seu fantástico cabelo conquistaram-me na incrível série "The it Crowd". No entanto, desta vez ele está escondido a realizar o seu primeiro filme produzido pelo Ben Stiller. Qual o resultado desta dupla um pouco improvável? Um excelente filme...

Uma comédia-romântica que conta a história de um jovem de 15 ou 16 anos que está a passar por enormes problemas naquela que é a fase mais conturbada de um ser-humano... a adolescência... Não, não é o típico teen movie onde as gajas são boas, os gajos são giros, onde há imensa droga e discotecas fashion... onde há sexo e mais sexo, mamas e mais mamas. Aqui os jovens são normais, não são giros, não são super fashion e são bastante desajeitados.
Aqui usam farda, ela é gordinha, os Pais não são autoritários, os amigos não praticam nenhum desporto que os distinga dos outros, gostam de coisas simples, de sítios simples, não são lamechas, dizem coisas que não devem, não choram por tudo e por nada, ouvem música com K7's e filmam em Super 8.

O rapaz tem problemas em casa, fora de casa, na escola, não tem para onde se virar. Uma ode à família, às paixões, à adolescência e é inevitável identificarmo-nos com algumas "loucuras" que um jovem desta idade tem a passar-lhe pela cabeça.

Uma abordagem surpreendente dividida em capítulos, com detalhes que adorei e me agarraram desde início. É daqueles filmes que percebemos logo nos primeiros minutos que nos vais surpreender. Não há cá Fade to Black mas sim Fade to Blue ou Fade to Red, e não é que fica bem?

Os personagens parecem tirados de um filme do Wes Anderson embora mais expressivos e acima de tudo mais faladores. Adoro a construção dos 2 personagens principais, gosto que não sejam especialmente "fixes" e que tenham defeitos. Fez-me lembrar um pouco o Igby Goes Down mas com os personagens mais caricaturados colocados em situações mais cruas e mais reais, daquelas menos captadas em cinema. Isto dá obviamente uma dimensão bem maior à obra.

Aconselho a todos, é muito divertido, tem piadas óptimas que primam por não serem explicadas até à exaustão. É um filme em nada óbvio, em nada previsível e que fica, ao contrário de tantos outros, na memória.


Golpes Altos: Realização muito dinâmica e muito assertiva, nunca se torna presunçosa e consegue fugir a TODOS os clichés. A história é excelente e está, como gosto, bem contada.

Golpes Baixos: Não ter tido mais mediatismo porque merecia.

4 comentários:

  1. Espero que essa comparação ao Wes Anderson não seja depreciativa! Nada é melhor que Wes Anderson.... nada! :)

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  2. Crítica ao Wes Anderson? Isso seria indesculpável... Ele é o Rei...

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  3. Há uma mood específica para ver este filme, aliás há quem precise de estar no estado de espírito correcto para este filme. Eu não estava lá.

    Posto isto, não simpatizei com as personagens (senti orgulho na pirómana, mas não simpatizei) e o sentido da história desvaneceu-se.

    A crítica ao aspecto exterior, via equiparar o interior às histórias teen americanas não passou despecercebido (excelente referência à pseudo-intelectualidade no sonho). No entanto, a inverossimilhança das relações nem sempre passa por idiossincrasia e, no meio caso, não me deixou apreciar totalmente o filme. Mesmo sabendo que vive de subtilezas.

    Do ponto de vista técnico, conseguiram a estilização e alguma dinâmica, ainda que já se tenha visto. Não quero ser injusto com o filme, porque até é bom e por isso vou calar-me.

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  4. Fenomenal este filme. Antes de mais, a realização é de luxo e repleta de pormenores que nos fazer arregalar os olhos de tão espectacular que está.

    A banda sonora de Alex Turner é fantástica e os sons secundários estão muito bem colocados.

    A personagem do Oliver e da Jordana são super interessantes e complexas (como qualquer adolescente o é) e fazem-nos ficar presos às suas cabeças e visões até ao fim do filme.

    Sem dúvida, muito interessante.

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