domingo, 23 de junho de 2013

Now You See Me / The Internship





Realização: Louis Leterrier / Shawn Levy
Argumento: Edward Ricourt, Boaz Yakin e Ed Solomon / Vince Vaughn
Elenco: Jesse Eisenberg, Isla Fisher, Mark Ruffalo, Dave Franco, Morgan Freeman e Michael Cane / Owen Wilson, Vince Vaughn e Rose Byrne


A crise financeira faz-se sentir no mundo todo. Levantam-se protestos contra bancos, seguradoras, empresários e basicamente tudo o que mexa e tenha dinheiro. Em cima disto tudo temos o desemprego, as falências, as dívidas, a inflação, as perdas de soberania, a austeridade, a queda no consumo, os défices externos - OK! JÁ PERCEBEMOS! Todos vemos notícias, todos sabemos o que se passa no mundo, todos sentimos na pele o que significa pertencer a uma geração condenada à desgraça. A arte entra aqui como uma cura e uma fonte de abstracção da miséria e depressão que se vive no mundo - pelo menos, assim deveria ser.

No fundo, o que aconteceu esta semana nos cinemas ZON-Lusomundo foi a estreia de dois filmes que abordam a crise financeira de forma diferente, enquanto subtilmente destroem tudo o que o cinema tem vindo a construir no último século. Honestamente, não me lembro de uma semana tão negra na história do cinema, desde que o Hugh Jackman fez o seu primeiro teatrinho de escola e decidiu seguir o seu sonho de actor. Estes dois filmes são um exemplo dos efeitos nefastos da crise - não a financeira, mas uma crise de inspiração, criatividade, qualidade de argumentistas, actores, realizadores e toda a equipa técnica.

Comecemos pelo primeiro. Now You See Mee é, sem sombra de dúvida, o pior filme que vi este ano. Decorem o nome Louis Leterrier e, a próxima vez que o virem num cartaz de cinema, corram e nunca mais olhem para trás. O filme foi escrito por três pessoas, e eu desconfio que elas nunca se devem ter encontrado. Suponho que cada uma tenha escrito 1/3 enquanto fazia as suas necessidades matinais e, no fim, juntou-se a merda toda e deu nisto. O trunfo deste filme foi agarrar em todos os actores conhecidos que perderam a dignidade, juntar o maior número de twists possiveis - honestamente, acho que o filme tem tantos twists que se esquece que eles têm que ser suportados por uma história - e efeitos CGI em modo feira popular, em que o espectador não sabe se há de vomitar com tanto movimento de câmara ou vomitar pela falta de gosto dos diálogos. A cereja no topo do bolo é o mote do filme - 'The closer you get, the less you actually see' -, que é repetido até à exaustão, não vá o espectador ter uma deficiência cognitiva e não ter percebido nas 10 primeiras vezes.

Quanto ao The Internship, é certamente um bom filme se o compararmos com o anterior. Mas contínua a ser péssimo. A primeira metade do filme é engraçada, Will Ferrell dá um bom contríbuto e desaparece, abandonando Owen Wilson e Vince Vaughn no pior argumento na história da comédia (sim, a contar com o Zoolander) escrito pelo próprio Vaughn. Ainda que o filme tenha alguns momentos engraçados (três, eu contei três), parece mais interessado em vomitar lições de moral e teorias sociológicas em cada 5 minutos, da forma mais barata, foleira e desinteressante possível. A isto, juntem o elenco secundário mais odioso alguma vez reunido e umas quantas gajas muito boas (Rose Byrne e a indiana cujo nome não conheço) para nos tentar distrair a vista.

Enfim... Quero aproveitar este momento para agradecer a Hollywood por me terem roubado 13 euros e proporcionado uma das piores semanas cinematográficas da minha vida. Quero agradecer aos meus pais por me terem concebido na mesma era de Louis Leterrier, Jesse Eisenberg (um dia hei-de limpar-te esse sorriso de parvalhão da cara), Morgan Freeman (porque é que não morreste ainda?), Dave Franco (participante no concurso "Franco Vs Franco - Quem é o pior actor?") e, claro, Hugh Jackman.


Golpes Altos: Now You See Mee - Mélanie Laurent, é sempre um prazer rever-te no grande ecrã. Woody Harrelson, és um gajo com graça. The Internship - Rose Byrne, casa-te comigo.

Golpes Baixos: Pessoas que gostam destes dois filmes.

6 comentários:

  1. Epa, eu sou um golpe baixo então. lol
    Fartei-me de rir com o internship, embora reconheça que o argumento não é grande espiga, mas eu acho que eles quiseram manter a história muito básica e não complicar. Acho que falharam ao ser demasiado básica, mas mesmo assim deu para rir, especialmente na história de "homens miniatura dentro duma misturadora" loool

    Quanto ao Now you see me, acho que começou bem, com mistério e agarrou-me. Mas saltou-se demasiado depressa para a história principal e não deram tempo suficiente para desenvolver os 4 mágicos.
    Depois a interação com a policia não foi muito credível.
    Mas tirando estes pontos achei o filme bastante suportável.

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  2. Ah, outra coisa, não sei se visto no post anterior, mas deixei mais um comentário por baixo do teu ;)

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  3. O Hugh Jackman há-de andar sempre com as orelhas quentinhas... :P
    Ainda não vi o Internship, nem o trailer sequer, mas quanto ao Now You See Me concordo com o Jedi. A história e os personagens podiam ter sido muito mais desenvolvidos, mas ainda assim o filme prendeu-me e consigo sempre achar piada ao Woody. :)

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  4. Malta!!!!!!! O que é que se está a passar???? Sinto-me num episódio da Twilight Zone! o Now You See Mee é das coisas mais cheesy que já vi na minha vida! Que final é aquele??? Carrossel? E que diálogo básico nojento é aquele entre o Rufallo e a Shôshana??? Epah o filme é um atentado à inteligência de uma criança!!!! O Hugh Jackman é bom demais para esse filme!!!!!

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    1. Pronto, deixa que seja a nossa fraqueza cinematográfica do ano. lool

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    2. Ainda estou em choque... parece que vimos dois filmes diferentes. Mas secalhar sou eu que embirro particularmente com ele, não sei...

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