quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Monsieur Lazhar
Realizador: Philippe Falardeau
Argumento: Philippe Falardeau (guião), Evelyne de la Chenelière (play)
Actores: Mohamed Fellag, Sophie Nélisse, Émilien Néron
É na escola que construímos o nosso início, é por lá que apanhamos os primeiros traumas, sustos, amores, desamores, paixões, relações, tudo... Quando somos putos somos uma esponja e absorvemos mais do que devíamos, mas é bom porque tudo serve de experiência.
Isto funciona assim menos quando essa experiência é de facto desnecessária... Numa Escola Canadiana uma professora suicida-se em plena sala de aula e 2 dos seus alunos vêm a mesma pendurada pelo pescoço. Imagem que os vai perseguir num curto espaço de tempo de forma muito intensa e que vai criar muitas dificuldades no que toca a relação com Professores, Pais, colegas, tudo...
Com a saída da Professora entra em cena um Argelino que ficou sensibilizado pela perda e quer ajudar. Torna-se então o Professor substituto da turma e cria ligações fortes principalmente com os miúdos mais afectados pelo trauma. Este Professor identifica-se com a história e é uma grande ajuda para esses mesmos miúdos.
Um filme que aborda vários temas de forma muito cautelosa, desde o "drama" dos Professores que não podem tocar nas crianças, aos problemas com os Pais, as divergências entre Professores, as divergências entre alunos, a ligação ao trauma, a força dos boatos num meio como uma Escola, etc.
Penso que tudo isto são temas extremamente actuais e que deviam ser vistos e revistos por quem realmente pode fazer alguma coisa nesse sentido, é que hoje em dia a protecção excessiva das crianças acaba por criar fendas gigantes de personalidade e até de afecto.
Fellag faz um papelão e os 2 miúdos principais são incríveis... O puto (Émilien que faz de Simon) tem uma cena na sala de aula que poucos graúdos conseguiriam fazer com tamanho estrondo. É impressionante.
Frase da noite de um Professor no filme: "Hoje em dia trabalhar com crianças é como trabalhar com Resíduos Radioactivos" -> e penso que todos estamos de acordo que não pode ser assim... Esta "doença" dos Carlos Cruz da vida que de repente se criou, algo que resulta numa gigante bolha Actimel para os putos é simplesmente risível e também ela desnecessária.
Um filme a não perder. Para todos os Pais, futuros Pais e Professores! (claro que bem mais que isto mas estes vão senti-lo de outra forma...)
Golpes Altos: a história é a protagonista do filme, os 3 papéis principais, o "alerta" que se cria para esta nova geração de pequenos imperadores.
Golpes Baixos: um filme com um potencial de ser ainda melhor e que pecou por escasso a ambição do mesmo. Penso que podiam dar-lhe uma dimensão ainda maior para ser verdadeiramente marcante.
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