Realização: Anthony Russo e Joe Russo
Argumento:
Christopher Markus e Stephen McFeely
Elenco: Chris Evans,
Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson, Robert Redford, Sebastian Stan, Anthony
Mackie
Ponto prévio inicial: não vi o primeiro Captain America, de 2011, pelo que não posso entrar em análise
comparativa ou até de sucessão.
Novo ponto prévio: a saga de Captain
America não é uma comic que
conheça por aí além ou nutra grande simpatia, assim como a S.H.I.E.L.D. e o
desinteressante Nick Fury.
Dito isto, e falando do “filme pelo filme”, a verdade é que tem pontos
fortes e pontos fracos mas no cômputo geral acabei por gostar. Entretém, não é
maçador e os irmãos Russo conseguem durante mais de duas horas gerir algo que se
tem revelado complicado em filmes mais recentes inspirados em comics: as expectativas, a soberba e o
preciosismo.
Ou seja, limitam-se a contar a história duma forma enérgica, divertida, intensa, mas aguentando-se bem na linha ténue entre alguma infantilidade
aparvalhada – que evitam, gerindo bem as expectativas dos fãs mais
incondicionais –, tiros, explosões e orgias de acção desproporcionadas – que também
evitam, não vacilando perante uma certa soberba cataclísmica como acontece, recordo-me, nos falhados Hulk's da década
anterior –, e a resistência a um preciosismo de mensagem profunda, dum significado paralelo
entre o divino e o metafísico, que depois não passa de argamassa balofa (vide o Man of Steel do ano passado…calma, Duarte!).
Este filme tem uma história e quem o fez prestou-se a contá-la da melhor
forma que pôde e soube. Ponto. É só isso. Por vezes é positivo que seja só
isso. Não o torna genial, nem sequer muito bom, mas também evita que seja
opaco, vazio e pseudo-brilhante.
Se tem algo menos bom? Claro. A personagem do Falcon tem pouca graça, alguns diálogos entre o Captain America e a Black Widow são fracos e sem química, alguns mauzões têm um ar só
estúpido e o Chris Evans, apesar de parecer uma escultura, é meio goofy, sim. Mas não é menos verdade que
o Steve Rogers é um tipo cheio de princípios éticos e morais, que pauta o seu
comportamento pela rigidez do que é certo e errado, pela defesa dos fracos e
oprimidos, bla, bla, bla.
Isto é, não podemos querer o estilo dum Bale ou dum Downey Jr. num super-herói
que não tem essa história, não tem esses contornos, não têm essa mística. Ainda
assim admita-se que não sendo adorável, Evans também não faz a tristíssima
figura do Henry Cavill nessa pérola que é o já referido Man of Steel, fazendo um paralelismo entre
super-heróis meio amorfos, com pouco nervo e ironia (caaalmaa, Duarte!).
Por outro lado a trama é engraçada, bem montada e com uma interligação
que começa a fluir duma forma escorrida e no momento exacto – o ressurgimento de
Zola (um demente Toby Jones!) e da HYDRA, a identidade do Winter Soldier, o verdadeiro Alexander Pierce (óptimo Redford!) –, como
disse anteriormente as cenas de acção são relativamente contidas dentro do
género e nada confusas, os vilões são excelentes, tanto os actores como a
história de cada personagem, e a Scarlett, ruiva e naquele
fato, é uma escandaleira.
Golpes Altos: A humildade de querer filmar uma película de super-heróis
sem pretensiosismos de algibeira. Os vilões, sobretudo a cena do aparecimento
de Zola na cave. A pinta do Winter
Soldier. Já disse que a Scarlett está incrível?
Golpes Baixos: Alguns diálogos e piadas demasiado básicos. O ar de
panhonha e o tronco do Chris Evans andam par a par. Samuel L. Jackson, se estás a ouvir-me: foste
grande mas já chega. Dá-nos uma pausa.
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