terça-feira, 11 de março de 2014

The Monuments Men


Realização: George Clooney
Argumento: George Clooney e Grant Heslov
Elenco: George Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett, Bill Murray, John Goodman, Bob Balaban, Hugh Bonneville, Jean Dujardin, Dimitri Leonidas

Pegar numa história verídica da 2ª Guerra Mundial e trazê-la para o grande ecrã é sempre, ou quase sempre, algo digno de registo. Pelo menos a meu ver. E ainda mais se retratar incidências que fogem da esfera habitual (check) e ainda para mais que me interessem muito especial e directamente (check).

Dito isto, saí da sala bem-disposto mas a encolher os ombros, com a certeza de que não havia visto nenhuma xaropada mas com a total sensação de que no dia seguinte não me lembraria de grande coisa. É um filme simpático e reconfortante em tempos difíceis, mas que a dada altura tem uma aura meio naïf e quase pateta, que é algo que me tira do sério em filmes sobre assuntos sérios – o meu ódio visceral a La vita è bella, lá está.

Clooney junta uma pandilha à maneira – incrível elenco embora bastante subaproveitado – e tenta fazer o seu “Ocean’s Eleven de guerra”. A tentativa é engraçada, mas talvez por a temática ser difícil de ser trabalhada, pelo menos para mandar-se mais para fora de pé, nunca consegue transmitir essa sensação de euforia e balbúrdia dum filme do género. E como o filme também não é seríssimo, até porque não o pretende ser, anda ali sempre num limbo indefinido. Resultado: sai uma pasta simpática, aqui e acolá hilariante – Goodman e Dujardin a tentarem neutralizar o atirador, a cena à mesa dos Stahl –, mas quase sempre previsível e até enfadonha. E com algumas cenas deveras evitáveis de tão lamechas e clichés (a cena final do avô e do neto, tão tontinha).

Para não terminar a dizer mal, Clooney lá pelo meio deixa-nos uma pequena cena brilhante, quando Murray no chuveiro ouve as vozes da filha e do neto. Não digo mais porque merece ser vista. É um momento muito bonito.

Golpes Altos: O elenco. Embora relativamente desaproveitado, são muitos e grandes actores que por ali passam. E a tal (maravilhosa) cena de Murray.

Golpes Baixos: A extrema simpatia sem graça do filme. Falta nervo, faltam rasgos. Clooney sabe realizar, já o provou no passado, mas aqui limita-se a gerir um projecto com os amigos, em modo barbecue.

6 comentários:

  1. "saí da sala bem-disposto mas a encolher os ombros, com a certeza de que não havia visto nenhuma xaropada mas com a total sensação de que no dia seguinte não me lembraria de grande coisa. "

    Foi esta a sensação que tive ao ler as reviews do filme e por isso não o fui ver. Quando sair online logo vejo.

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  2. É exatamente esta a opinião que tenho do filme, tirando a parte do enfadonho! Não me aborreci :)
    Apesar das más críticas decidi ir ver, não me arrependo mas está longe de ser um filme memorável, o que é pena tendo em conta o elenco de luxo!

    Confere que a cena do Murray é das melhores do filme! Adoro o Murray, tem ali sempre um quelque chose :)

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  3. "tem uma aura meio naïf e quase pateta, que é algo que me tira do sério em filmes sobre assuntos sérios – o meu ódio visceral a La vita è bella, lá está."

    Bah, baboseiras!!

    - Aposto que adoras o Inglourious Basterds, o Django, o Dr Strangelove, etc...

    OU AGORA NÃO SÃO TEMAS SÉRIOS????

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  4. B, expressei-me mal então. Inglourious, Django, Dr. Strangelove são disrupções dos temas sérios mas com uma acidez, um surrealismo e uma violência gráfica (os Tarantinos) bem demarcados. São irónicos, são dementes, são até nonsense, e são-no propositadamente. Mas isso adoro.
    O que não gosto é de filmes choninhas sobre temas deste género. Epa, não gosto, a maioria mexe-me com os nervos. Irritam-me o lirismo e a mensagenzinha cor de rosa.
    Por isso sim, não me importo nada (regra geral até gosto bastante) de assuntos sérios tratados em modo orgia, mas não tenho muito saco quando aparece a veia demasiado ingénua e tonta.

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    1. AH BOM!

      Quanto à veia ingénua penso que é demais, nenhum dos filmes apontados me parecem tê-la, tonta aceito porque é uma opinião como qualquer outra, mas ingénua parece-me mesmo que não acontece... Embora não tenha visto este filme.

      Quanto à Vida é Bela, é um filme fácil demais de embirras e todo o conceito à volta do filme explica esse "tom" que o Realizador deu. Não é uma obra prima mas é sem dúvida pelo menos uma das abordagens mais originais a um tema visto e revisto e visto e revisto e visto outra vez e revisto outra vez... No mínimo consegue ser de facto diferente de todos os outros. O que não lhe dá uma qualidade suprema, porque há filmes que têm outros parecidos e são MUITO melhores que a Vida é Bela.

      Fica só a opinião, mais uma...

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  5. Mas já sei a tua opinião sobre esse filme! Bah, deixa-me! É horrível! E o Benigni devia ser empalado!:)

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