Realização: George Clooney
Argumento: George Clooney e Grant Heslov
Elenco: George Clooney, Matt Damon, Cate Blanchett,
Bill Murray, John Goodman, Bob Balaban, Hugh Bonneville, Jean Dujardin, Dimitri
Leonidas
Pegar numa história verídica da
2ª Guerra Mundial e trazê-la para o grande ecrã é sempre, ou quase sempre, algo
digno de registo. Pelo menos a meu ver. E ainda mais se retratar incidências
que fogem da esfera habitual (check)
e ainda para mais que me interessem muito especial e directamente (check).
Dito isto, saí da sala bem-disposto
mas a encolher os ombros, com a certeza de que não havia visto nenhuma xaropada
mas com a total sensação de que no dia seguinte não me lembraria de grande
coisa. É um filme simpático e reconfortante em tempos difíceis, mas que a dada
altura tem uma aura meio naïf e quase
pateta, que é algo que me tira do sério em filmes sobre assuntos sérios – o meu
ódio visceral a La vita è bella, lá
está.
Clooney junta uma pandilha à
maneira – incrível elenco embora bastante subaproveitado – e tenta fazer o seu “Ocean’s
Eleven de guerra”. A tentativa é engraçada, mas talvez por a temática ser
difícil de ser trabalhada, pelo menos para mandar-se mais para fora de pé,
nunca consegue transmitir essa sensação de euforia e balbúrdia dum filme do
género. E como o filme também não é seríssimo, até porque não o pretende ser,
anda ali sempre num limbo indefinido. Resultado: sai uma pasta simpática, aqui
e acolá hilariante – Goodman e Dujardin a tentarem neutralizar o atirador, a
cena à mesa dos Stahl –, mas quase sempre previsível e até enfadonha. E com
algumas cenas deveras evitáveis de tão lamechas e clichés (a cena
final do avô e do neto, tão tontinha).
Para não terminar a dizer mal, Clooney
lá pelo meio deixa-nos uma pequena cena brilhante, quando Murray no chuveiro
ouve as vozes da filha e do neto. Não digo mais porque merece ser vista. É um momento muito bonito.
Golpes Altos: O elenco. Embora relativamente
desaproveitado, são muitos e grandes actores que por ali passam. E a tal
(maravilhosa) cena de Murray.
Golpes Baixos: A extrema simpatia sem graça do filme. Falta nervo, faltam rasgos. Clooney sabe realizar, já o provou no passado, mas
aqui limita-se a gerir um projecto com os amigos, em modo barbecue.
"saí da sala bem-disposto mas a encolher os ombros, com a certeza de que não havia visto nenhuma xaropada mas com a total sensação de que no dia seguinte não me lembraria de grande coisa. "
ResponderEliminarFoi esta a sensação que tive ao ler as reviews do filme e por isso não o fui ver. Quando sair online logo vejo.
É exatamente esta a opinião que tenho do filme, tirando a parte do enfadonho! Não me aborreci :)
ResponderEliminarApesar das más críticas decidi ir ver, não me arrependo mas está longe de ser um filme memorável, o que é pena tendo em conta o elenco de luxo!
Confere que a cena do Murray é das melhores do filme! Adoro o Murray, tem ali sempre um quelque chose :)
"tem uma aura meio naïf e quase pateta, que é algo que me tira do sério em filmes sobre assuntos sérios – o meu ódio visceral a La vita è bella, lá está."
ResponderEliminarBah, baboseiras!!
- Aposto que adoras o Inglourious Basterds, o Django, o Dr Strangelove, etc...
OU AGORA NÃO SÃO TEMAS SÉRIOS????
B, expressei-me mal então. Inglourious, Django, Dr. Strangelove são disrupções dos temas sérios mas com uma acidez, um surrealismo e uma violência gráfica (os Tarantinos) bem demarcados. São irónicos, são dementes, são até nonsense, e são-no propositadamente. Mas isso adoro.
ResponderEliminarO que não gosto é de filmes choninhas sobre temas deste género. Epa, não gosto, a maioria mexe-me com os nervos. Irritam-me o lirismo e a mensagenzinha cor de rosa.
Por isso sim, não me importo nada (regra geral até gosto bastante) de assuntos sérios tratados em modo orgia, mas não tenho muito saco quando aparece a veia demasiado ingénua e tonta.
AH BOM!
EliminarQuanto à veia ingénua penso que é demais, nenhum dos filmes apontados me parecem tê-la, tonta aceito porque é uma opinião como qualquer outra, mas ingénua parece-me mesmo que não acontece... Embora não tenha visto este filme.
Quanto à Vida é Bela, é um filme fácil demais de embirras e todo o conceito à volta do filme explica esse "tom" que o Realizador deu. Não é uma obra prima mas é sem dúvida pelo menos uma das abordagens mais originais a um tema visto e revisto e visto e revisto e visto outra vez e revisto outra vez... No mínimo consegue ser de facto diferente de todos os outros. O que não lhe dá uma qualidade suprema, porque há filmes que têm outros parecidos e são MUITO melhores que a Vida é Bela.
Fica só a opinião, mais uma...
Mas já sei a tua opinião sobre esse filme! Bah, deixa-me! É horrível! E o Benigni devia ser empalado!:)
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