terça-feira, 12 de agosto de 2014

Crescer com o Robin Williams



Good Morning Vietnam (1987):
- Tinha eu 5 anos quando este Filme estreou. Não se falava de outra coisa... Que era isto, que era aquilo... eu estava longe de o poder apreciar, ou de sequer o ver no Cinema, mas mais tarde, quando deu na Televisão (lembram-se da espera eterna que tínhamos pela frente até ver Filmes na TV??), os meus Pais voltaram a relembrar o Filme e lá fui eu ver... Claro que todos os detalhes da Guerra em si me escaparam, mas o personagem era um louco que funcionava como íman, um louco bem disposto num cenário atípico. Conquistou-me. 

Dead Poets Society (1989):
- Depois do "boost" do locutor de rádio em plena guerra do Vietname, o grande êxito do Robin foi este Filme. Basta olhar para o Twitter e para o Facebook, para ver TODOS a partilhar o momento épico quando este Professor perfeito está a abandonar a sala de aula, e todos os alunos se levantam na cadeira puxando um "Oh Captain, my Captain!" Enorme Filme, um dos maiores êxitos da sua carreira, um Filme de culto da nossa geração. Aposto que muitos de vocês começaram a ler depois de ver este Filme... 

Hook (1991):
- Este já vi no Cinema. Todo o imaginário detalhado do Spielberg, dá uma roupagem inesquecível para qualquer miúdo que visse este Filme. Quero lá saber se o Filme é bom ou mau, uma coisa eu tenho a certeza: O Filme é mágico... fica para sempre na nossa memória infantil, algo confortável que recorda os bons momentos de ser criança. Quantos de nós queríamos entrar pela tela? Tudo tinha luz, efeitos, roupas para me mascarar, vilões, um mundo de Fantasia quase único. Este é para sempre. 

Mrs. Doubtfire (1993):
- Sim... com 11 anos CLARO que adorei este Filme. Uma paixão assolapada de um Pai pelos seus Filhos, que o leva a vestir-se de "Babá", e assim estar perto deles mais tempo? Que podia correr mal? Filme menor mas mesmo assim, faz parte da minha infância como poucos. Do que me lembro mais? Dele a queimar as mamas falsas no fogão... :) Depois de Hook e deste Filme, o posicionamento de filmes para Crianças torna-se óbvio, e é por isso que todos os da minha geração sentiram tanto a sua morte... 

The Birdcage (1996):
- Dos primeiros filmes a tratar de forma extremamente divertida e ao mesmo tempo natural, o tema da homossexualidade. Isto, no mundo "Mainstream"... Uma comédia que ainda hoje é boa, uma comédia com enorme trabalho de actores, que traz para o nosso dia a dia, uma temática por vezes difícil de trabalhar na altura. Como não esquecer a dança explicativa do Robin em pleno palco... a balançar-se com um "Madonna... Madonna" :)

Deconstructing Harry (1997):
- Nem adoro o Filme, nem o vi na altura, vi bem mais tarde. Mas hey... trabalhou com o Woody Allen! E em que outro filme seria que não num onde a Fantasia tem lugar? Haverá lugar mais comum para o Robin nesta fase?

Good Will Hunting (1997):
- Para quem não tinha visto o Dead Poets Society no Cinema, teve aqui uma boa oportunidade para ver como que uma maturação desse Filme. Imaginando o Professor de 1989, supondo que mudou de carreira, podia muito bem uns anos mais tarde, contar esta história. É um Filme que conta a sua história de uma das formas mais eficazes que já vi e que vinca o papel de "Tutor" do Robin. O Robin tinha uma capacidade: ser um dos actores mais comerciais do mercado, sem que isso fosse mau em grande parte dos Filmes. Aqui até consegue puxar o lado mais comercial do Gus Van Sant, como nunca mais se viu...

Insomnia (2002):
- Um dos pontos mais importantes da sua carreira. Acabou-se o Robin bonzinho, o Robin dos filmes para miúdos, o Robin de nos fazer rir. Aqui entra a sua faceta de vilão... uma escolha muito arriscada do Nolan, que teve um sucesso inquestionável. Grande Filme, GIGANTESCA interpretação, e uma subida exponencial quanto actor do Robin. A partir daqui, tudo seria diferente porque já não "cabia" apenas em Flubbers da vida. 

One Hour Photo (2002) e The Final Cut (2004):
- Filmes que junto por me parecerem uma tentativa semelhante por parte de quem os criou. Filmes obscuros, que trabalham o problema da privacidade (ainda era ele analógico). Num ele é novamente vilão, faz um papel muito interessante mas o Filme é mau demais. No outro o papel é mais soturno, menos expansivo mas num Filme que achei mais piada, embora igualmente menor. 

Louie (2012):
- Foi a última vez que o vi. Entra num dos melhores episódios de uma das minhas séries favoritas. Aparece com o seu ar soturno já testado anteriormente, com um toque até depressivo e com rasgos de loucura. Um papel de curta duração que pensei poder vir a relançá-lo para um qualquer Filme de topo que o quisessem aproveitar. Foi uma prova simples, natural e de grande qualidade, que o Robin ainda conseguia dar mais e mais... 

Live on Broadway (2002) e Weapons of Self Destruction (2009):

- Dos melhores cómicos até ontem vivos, que conseguia de forma magnífica levar as suas melhores características para um palco de Stand Up. Momentos memoráveis, basta irem ao Youtube e passar um dia inteiro a rir... A facilidade com que se ligava a qualquer público era impressionante, característica que até em Cinema se notava. 

Enorme perda, um dos Homens aparentemente mais simpáticos e ternurentos do Cinema.
Um Homem que trabalhou imenso, tem uma lista de participações em Filmes que faz corar muitos gurus do Cinema, e uma simpatia geral do público que poucos conseguiram de forma tão constante. 

Puta que Pariu a Depressão, tem sido devastadora no que toca a talento... 

E vocês? Como cresceram com ele?

2 comentários:

  1. Grande, Gigante artista!
    Se a memória não me falha o último filme que vi com ele foi o August Rush de 2007 (não vou contar o The Butler porque foi um papel muito pequenino)!

    Sem dúvida que foi um actor que marcou a minha infância! DPS é um dos meus filmes preferidos de sempre! Sempre que passa na televisão e eu esteja em casa é obrigatório!

    Os papéis que fez nos últimos anos não lhe fazem justiça, talvez isso de certa forma tenha ajudado na depressão... Damn, estas merdas são lixadas! É sem dúvida uma notícia muito triste... :(

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  2. Fico com a tua frase "Puta que Pariu a Depressão, tem sido devastadora no que toca a talento...". É realmente verdade. E parece que ainda se alastra mais aos artistas com forte vertente cómica.

    Não sou um fã inveterado, mas é inegável que é um dos nomes da nossa geração. E acima de tudo fica a lembrança do sorriso, da simpatia, da ternura.

    Good Morning Vietnam será eventualmente o seu ponto mais alto. Hook é eterno. Good Will Hunting um dos meus preferidos. The Birdcage e Insomnia são papelões. E ainda Awakenings, The Fisher King...grande carreira.

    (O tweet da Academia é maravilhoso.)

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