Realização: James Gunn
Argumento: James Gunn, Nicole Perlman
Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Lee Pace, Michael Rooker, John C. Reilly, Vin Diesel (voz), Bradley Cooper (voz)
Ponto de partida para avaliar o filme: Robert Downey Jr., ícone da
reinvenção recente das películas da Marvel, afirmou há dias, pondo de lado muita
daquela arrogância e gabarolice que se lhe reconhece, que Guardians of the
Galaxy seria, em alguns aspectos, o melhor filme daquele universo de comics norte-americano.
Ora, dito isto é normal que pensemos que estamos perante mais uma
aventura apocalíptica, com traços dark,
muito na linha a que Nolan ou Singer nos têm habituado nas adaptações de
Marvel/DC. Nada disso. A película de James Gunn leva-nos de volta à comédia
despreocupada, aos heróis sem grandes valores – Quill, Rocket e Groot
inicialmente movem-se por ganância e mais tarde por amizade e companheirismo,
nunca por dever cívico e missionário –, numa animação que flui de forma
inocente e desprovida de grande melodrama, seguindo a epopeia dum improvável
grupo de mercenários, mutantes, prisioneiros e desertores na busca duma Jóia do Infinito (uma gema de destruição
maciça…mesmo maciça!) que não pode chegar às mãos dum maníaco opressor.
O elenco cumpre, com destaque para um delicioso Chris Pratt como o pateta
vigarista/apaixonado e bondoso Quill (o Walkman e os phones como sinais duma
cultura pop e de memórias que não queremos largar nem perder para sempre…), a voz
de Bradley Cooper num Rocket que rouba todas as cenas em que aparece, Lee Pace num Ronan que esteticamente é aterrador – talvez até demais tendo em conta o
contexto –, e alguns pequenos papéis deliciosos como o de Michael Rooker ou
John C. Reilly (há algo que este tipo não faça muito bem?). Ah, e o corpaço da
Zoe Saldana. Seja pintada de azul ou de verde, a senhora é um espanto.
Ou seja, tendo em conta o que se tem feito ultimamente neste género, a
verdade é que este Guardians of the Galaxy aparece como uma lufada de ar fresco,
na medida em que nos faz recuar no tempo até aos anos em que os filmes de
super-heróis eram simplesmente assim: um objecto de entretenimento que tem
tanto de capaz e divertido como completamente despretensioso, capaz de agradar a jovens e não tão jovens.
Golpes Altos: A história e a forma como é contada. Simples e alegre, sem
sisudez e maniqueísmos. A Zoe Saldana meio despida. O Walkman (“I'm hooked on a
feeling / I'm high on believing / That you're in love with me”).
Golpes Baixos: Apesar de Lee Pace
estar impecável, Ronan não será um vilão demasiado “agressivo” e desmesurado tendo
em conta a narrativa light do filme? A
luta final: Ronan merecia outra morte, pelo menos numa cena menos “metida a
martelo”.
Sem comentários:
Enviar um comentário