quinta-feira, 26 de junho de 2014
Stories We Tell
Realizador: Sarah Polley
Argumento: Sarah Polley
Actores: Michael Polley, John Buchan, Mark Polley, Sarah Polley
Todos temos histórias de vida, histórias da nossa família, amigos, namoradas, trabalho, férias, loucuras, tudo... Todos nos sentamos à mesa e contamos os nossos momentos, partilhamos fugas que fizemos e repetimos as mesmas histórias uns com os outros.
Mas também temos zonas escuras, bocados de história menos claros ou menos charmosos, momentos que simplesmente não são partilháveis, momentos que por vezes escondemos e que só este ou aquele sabem. E se a nossa história saísse dessas mesas íntimas?
Este filme é literalmente o filme da vida da realizadora. A Sarah expôs-se com uma coragem gritante e que sem o apoio da família seria impossível. Sarah conta a história da sua família, colocando o epicentro na sua Mãe, mulher fascinante, sonhadora, criativa, daquelas que enche uma sala e desperta corações. Mãe essa que morreu ainda ela era nova e, com a ajuda dos familiares, decide recolher momentos que a Mãe viveu, que a Mãe deu a viver e que influenciaram como nunca a sua própria vida.
Uma coisa é certa: nem todas as famílias têm histórias que davam um filme, mas outra também é certa: não é preciso uma história do outro mundo para se fazer um bom filme.
Este é de facto um grande filme, uma das maiores surpresas que tive nos últimos tempos.
Imaginem-se a ver um filme de uma mulher sobre a vida da sua Mãe, uma pessoa que não conhecemos de lado nenhum mas que pouco depois, percebemos que há ali tantos pontos comuns com este ou aquele momento da nossa própria história... É uma sensação estranha entre a introspecção e o voyeurismo. Algo que cruza o universo da partilha e da cusquice...
Os personagens não existem... são pessoas como nós, com a mesma capacidade que temos para comunicar, para chorar, para lembrar e para reflectir sobre aqueles momentos que nos marcaram para sempre. Uma dinâmica adorável que culmina na tal partilha através de uma exposição enorme.
Apaixonei-me pelo Michael, o narrador e "Pai" da Sarah... Incrível este Homem... A facilidade e nobreza com que assume as coisas, com que define o raciocínio, com que escolhe as palavras. Foi sem dúvida para mim a pessoa que "conheci" este ano que mais me fascinou :)
Vejam este filme, mas vejam mesmo... é uma história como qualquer outra mas que podia ser a vossa...
Golpes Altos: Tudo... este filme é de topo... Até a banda sonora é óptima! E o final? QUE BOM!
Golpes Baixos: Quem encontrar que aponte...
PS: só quando vim escrever isto é que descobri que a Sarah tinha realizado e escrito o Take This Waltz... E faz muito sentido.
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