segunda-feira, 2 de junho de 2014
Wadjda
Realizadora: Haifaa Al-Mansour
Argumento: Haifaa Al-Mansour
Actores: Waad Mohammed, Reem Abdullah, Abdullrahman Al Gohani, Ahd, Sultan Al Assaf
Como podem perceber pelos nomes, é um filme Árabe Realizado por aquela que é a 1ª Realizadora na Arábia Saudita. Isto explica o Filme que é uma enorme chamada de atenção para o mundo, um grito que ouvimos falar, um grito que sabemos discutir por alto entre amigos, mas também um grito que não conhecemos nem sonhamos o que é ter a necessidade de o lançar bem alto.
Wadjda é uma miúda que cresce sob a influência "pecaminosa" do mundo ocidental, algo que lhe transforma a forma de ser, a forma de estar, o ser carácter forte e determinado e que, obviamente, lhe traz problemas numa das sociedade mais conservadoras de sempre, que trata as mulheres como personagens secundárias num universo de Homens.
Uma criança que ainda não sabe o que é ser mulher, percebe desde cedo que vai andar tapada a vida toda com burka para não "seduzir" os homens só por eles lhe verem o cabelo, que tem de falar e rir quase sem som para os homens não a ouvir falar mais alto que eles, que tem amigas também elas crianças a casar com adultos num casamento "arranjado", que não deve trabalhar junto de homens, que não pode estar num local a ser vista por homens se não estiver tapada, que não pode brincar com rapazes, que não pode levar música para a escola que não pode ter outra cor nos sapatos que não preto, que não poderá tocar no Corão com as mãos se estiver com o período, que não pode sequer andar de bicicleta por ser uma "coisa de rapazes".
A bicicleta no filme é um grito de revolta, um símbolo libertino, um sonho aparentemente inatingível porque a sociedade nunca a deixará fazer parte desse universo, um chamamento à razão de todos os que pensam o contrário. Ela reage a esse impulso com uma determinação universal, algo pouco aceite na sua sociedade.
Um Filme muito bonito e ao mesmo tempo extremamente violento que deixa a nu as cicatrizes que o fanatismo religioso nos deixa por todo o lado... Ninguém pode ter o destino traçado à nascença por razão alguma.
Para todas as Wadjdas deste mundo, para que todas saiam das burkas, brinquem com quem querem e possam sentir aquele vento na cara quando pedalamos sem querer saber de mais nada. A sua história ainda está por contar e esperemos que este Filme tenha essa função, que seja a cara da mudança.
Pontos Altos: A exposição de uma sociedade que não faz sentido existir, a menina Waad Mohammed, as mulheres bonitas que aparecem no Filme e que nunca as veríamos se visitámos o seu país.
Pontos Baixos: Nada a assinalar...
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