Argumento: Damien Chazelle
Actores: Miles Teller, J.K. Simmons
Este Realizador fez este mês 30 anos... aponta muito alto... é capaz de nos envolver numa paixão que ele tem, o jazz, de uma forma única e mais surpreendente ainda: transversal. O Jazz é um namoro antigo dele, em 2009 realizou um filme também sob o mesmo tema que a crítica gostou bastante, agora fez uma obra prima que embora possa parecer ter uma temática de "nicho", qualquer público se vai render ao vê-la.
Ele próprio tentou ser baterista de Jazz, tendo percebido cedo que não tinha qualidade para tal... dedicou-se (ainda bem) ao Cinema, e voltou a esta temática tendo estado por dentro da obsessão brutal que uma carreira nesta área exige. Se aliarmos isto a um mentor com aura de general e que procura de forma incessante a busca por algo maior, para lá das nossas expectativas sobre nós mesmos, temos Whiplash. Se, em cima de tudo isto, juntarmos um actor que toca bateria desde os 15 anos e é apaixonado pelo instrumento...
O filme centra-se na relação aluno/mentor, com papéis dignos de nomeações, de prémios e de lembrança no futuro. J.K. Simmons está incrível, com um papel visceral elevando também ele para outra dimensão as expectativas da interpretação... Miles Teller é já há algum tempo dos jovens que merecem ser seguidos, uma espécie de coqueluche do Cinema Indie que mostra aqui uma dimensão global para a qual já tinha apontado.
O crescendo do filme agarra-nos à cadeira, não queremos nunca desviar a atenção...e o Realizador não deixa! A edição do Filme dá-nos o "tempo", como se nós próprios fizéssemos parte da banda e tivéssemos que entender o ritmo do filme tal como ele o quer passar. E é bem sucedido. Um ritmo com picos totalmente alucinantes.
Vê-se mesmo a paixão à volta do tema, a entrega a algo que as pessoas envolvidas adoram, um exercício explosivo também por isso.
Um filme de obsessão, carregado por interpretações estrondosas e um final enorme, há algum tempo que não via um desfecho tão bem conseguido num filme. Um amigo meu num cinema em Londres aplaudiu o filme no final, não é para menos... Bravo!
Como disse o Brian Henry Martin da UTV: "This is what happens when the kids from Fame meet the drill sergeant from Full Metal Jacket." - touché
Curiosidade: Este filme, tal é o trabalho feito à volta da obsessão pelo próximo estágio de evolução, tal é a densidade com que se entregam aluno e mentor ao trabalho, tal é a competitividade vivida em todos os momentos, podia ter sido feito pelo Aronovsky... aquele que é para mim o mestre da obsessão. Mas não acredito que fosse melhor, diferente sim, talvez até mais negro, mas não sei se melhor.
Incrível: "Although Miles Teller has been drumming since he was 15 years old, he took additional lessons 4 hours a day, 3 days a week to prepare for the movie. Although a visual double was used, all of Andrew's drumming were performed by Miles Teller himself."
Golpes Altos: Interpretações, ritmo do filme, edição, trabalho exímio da construção das personagens, banda sonora e final arrebatador.
Golpes Baixos: Convido-vos a escrever qualquer coisa aqui... eu não consigo...
Ele próprio tentou ser baterista de Jazz, tendo percebido cedo que não tinha qualidade para tal... dedicou-se (ainda bem) ao Cinema, e voltou a esta temática tendo estado por dentro da obsessão brutal que uma carreira nesta área exige. Se aliarmos isto a um mentor com aura de general e que procura de forma incessante a busca por algo maior, para lá das nossas expectativas sobre nós mesmos, temos Whiplash. Se, em cima de tudo isto, juntarmos um actor que toca bateria desde os 15 anos e é apaixonado pelo instrumento...
O filme centra-se na relação aluno/mentor, com papéis dignos de nomeações, de prémios e de lembrança no futuro. J.K. Simmons está incrível, com um papel visceral elevando também ele para outra dimensão as expectativas da interpretação... Miles Teller é já há algum tempo dos jovens que merecem ser seguidos, uma espécie de coqueluche do Cinema Indie que mostra aqui uma dimensão global para a qual já tinha apontado.
O crescendo do filme agarra-nos à cadeira, não queremos nunca desviar a atenção...e o Realizador não deixa! A edição do Filme dá-nos o "tempo", como se nós próprios fizéssemos parte da banda e tivéssemos que entender o ritmo do filme tal como ele o quer passar. E é bem sucedido. Um ritmo com picos totalmente alucinantes.
Vê-se mesmo a paixão à volta do tema, a entrega a algo que as pessoas envolvidas adoram, um exercício explosivo também por isso.
Um filme de obsessão, carregado por interpretações estrondosas e um final enorme, há algum tempo que não via um desfecho tão bem conseguido num filme. Um amigo meu num cinema em Londres aplaudiu o filme no final, não é para menos... Bravo!
Como disse o Brian Henry Martin da UTV: "This is what happens when the kids from Fame meet the drill sergeant from Full Metal Jacket." - touché
Curiosidade: Este filme, tal é o trabalho feito à volta da obsessão pelo próximo estágio de evolução, tal é a densidade com que se entregam aluno e mentor ao trabalho, tal é a competitividade vivida em todos os momentos, podia ter sido feito pelo Aronovsky... aquele que é para mim o mestre da obsessão. Mas não acredito que fosse melhor, diferente sim, talvez até mais negro, mas não sei se melhor.
Incrível: "Although Miles Teller has been drumming since he was 15 years old, he took additional lessons 4 hours a day, 3 days a week to prepare for the movie. Although a visual double was used, all of Andrew's drumming were performed by Miles Teller himself."
Golpes Altos: Interpretações, ritmo do filme, edição, trabalho exímio da construção das personagens, banda sonora e final arrebatador.
Golpes Baixos: Convido-vos a escrever qualquer coisa aqui... eu não consigo...
Epah, que brutalidade de filme! Superou todas as minhas expectativas!
ResponderEliminarTendo em conta que Unbroken falhou os prémios e que ainda não vi Boyhood, Birdman nem Theory of E. este para mim supera todos os outros que já vi (Foxcatcher, American Sniper e Imitation Game).
Acho que não há qualquer dúvida de quem leva o Óscar para actor secundário, e o Teller está tão bom naquele final que só queria que tivesse durado ainda mais tempo! Awesome!
A maior surpresa do ano? Sem dúvida...
EliminarNo entanto, o Boyhood diz-me tanto, que não sei qual escolha...
Nem quero saber... estou deliciado em ter 2 amores este ano :)
A cena final... FUCK!
Foi a melhor surpresa dos Óscares este ano. Filme fantástico, estava tão agarrada no final que até me surpreendi quando apareceram os créditos!
ResponderEliminarPara mim este também é o melhor dos nomeados que vi até agora (Birdman - que também adorei -, Grand Budapest Hotel e The Imitation Game).
Amo e quero ver outra vez.
EliminarFoi tudo o que esperava! E mais!
ResponderEliminarA intensidade, a 2ª parte e o desfecho tão bem construídos, os twists tão cirúrgicos quanto credíveis, ambos os actores completamente entregues às personagens (O papel da carreira de Simmons!), diálogos excelentes - as cenas ao jantar e no bar de jazz, óptimas -, uma edição precisa, uma banda-sonora deslumbrante e, por fim, a esplendorosa capacidade de Chazelle em fazer dum filme "técnico" uma obra de enorme nível, ousada e transversal.
Uau!
Dos finais mais surpreendentes que já vi em bons filmes. Já tinha gostado bastante de Miles Teller no The Spectacular Now, basicamente o rapaz levou um filme de adolescentes a todo um outro nível. J.K.Simmons esteve brilhante mas aqui para mim está muito equiparada à performance de Edward Norton em Birdman, talvez mereça mais o Oscar porque me parece ter mais cenas ou mais intensas vá!
ResponderEliminarNão percebo porque é que Miles Teller não está nomeado para o Oscar mas como também ainda não vi Foxcatcher,American Sniper e The Imitation game não me posso pronunciar muito.
Quanto ao Oscar para melhor filme, dos que vi até agora, para mim este merece o Oscar e não engulo aquela desculpa de "ah e tal o realizador ainda é muito novinho, tem tempo" não, não tem! Se fez um filme digno de Oscar deve leva-lo para casa agora não daqui a 10 anos!