quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Elysium

Realização: Neill Blomkamp
Argumento: Neill Blomkamp
Elenco: Matt Damon, Jodie Foster, Sharlto Copley, Wagner Moura, Alice Braga e Diego Luna


Lembro-me daquele horrível cliché saído do Gladiator - 'What we do in live, echoes in eternity'. A frase, antes de ter sido tomada refém por Ridley Scott no seu épico de Sábado à tarde, pertenceu a Marcus Aurelios (o verdadeiro, não Richard Harris) e aplica-se perfeitamente à carreira do mais recente talento sul-africano Neill Blomkamp. Blomkamp começou a sua carreira como animador 3D em séries e curtas de ficção científica, e teve o seu début como realizador de grandes metragens em 2009 com o aclamado District 9. O filme foi um sucesso, e com razão. A abordagem era brilhante. Blomkamp e a mulher Terri Tatchell resolveram prever um segundo apartheid para a nação arco-íris - desta vez com extra-terrestres em vez de negros ainda que, curiosamente, os maus da fita continuassem a ser os boers (brancos sul-africanos). Para além do argumento, District 9 mostrou o vanguardismo de Blomkamp por detrás da câmera e o talento inquestionável do seu protagonista Sharlto Copley. Com Elysium, fico com a sensação que o bom argumento de District 9 foi mais responsabilidade de Tatchell que de Blomkamp.

Elysium é uma crítica social pouco subtil, com os ricos a terem acesso ao sistema de saúde e os pobres a definharem com doenças terminais. Ok, percebemos a ideia. É legítimo, ninguém gosta de ver ninguém a morrer à porta de um hospital. A única questão é que este tema já foi abordado demasiadas vezes para justificar mais um filme sobre ele. Se já estamos fartos de filmes a criticarem a privatização do sistema de saúde, não me façam falar de filmes de ficção científica. Em cima disto, acrescente-se um argumento fraquinho com diálogos francamente maus e incoerências que, caso o filme fosse melhor, até estaríamos dispostos a ignorar. Outro ponto contra o filme é a direção de actores. O casting é interessante, junta brasileiros talentosos (Wagner Moura), mexicanos menos talentosos (Diego Luna) e uma fufa em hora de despedida (Jodie Foster, finalmente vais-te embora do cinema!). Mas Blomkamp não parece conseguir puxar pelo melhor que há nestes artistas, e o resultado são personagens pouco credíveis com reações pouco espontâneas. Tudo isto, devo dizer, à excepção de Sharlto Copley, que é um dos melhores vilões que tenho visto ultimamente.

O que compensa todas estas falhas, é uma realização espetacular, efeitos magníficos, grandes cenas de acção e o sorriso de Alice Braga. Continuo a gostar de Blomkamp, continuo a achar que é um grande realizador com muito potencial, mas gostava que se rodeasse de uma melhor equipa que o ajudasse a escrever um guião decentemente e a guiar actores de forma a potencializar os seus atributos. E secalhar também já chega de críticas sociais no espaço, que tal uma abordagem mais filosófica? Fica a ideia.


Golpes Altos: Sharlto Copley é um achado. A Realização de Blomkamp, os efeitos e, repito, o sorriso de Alice Braga.

Golpes Baixos: Argumento medíocre e tema esgotado. Péssima direcção de actores.


7 comentários:

  1. Eh laaaaa, estamos em total acordo num post. lol

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    1. ahahahah epah acho que praticamente toda a gente vai acabar por dizer a mesma coisa do filme... a direcção de actores salta logo à vista como má e não há como não elogiar a realização.

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  2. District 9 estava muito bom mesmo! Ainda não tive oportunidade de ver isto mas as minhas expectativas até eram altas, gosto do Matt Damon e da Jodie Foster e apesar do District 9 a imagem que me fica do Sharlto Copley é sempre a do desmiolado de A-Team! lool

    Já agora, o Diego Luna é mexicano, não argentino! :)

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    1. Epah do Matt Damon sim, da Jodie Foster não mesmo. Não gosto nem um bocadinho e não lhe reconheço muito valor. Só está bem quando anda desesperada a tentar encontrar alguém ou a tentar impedir que lhe entrem em casa lol Olha que neste vais ficar a adorar o Copley :)


      PS - Ups! Já mudei :P

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  3. E o sotaque anormal da Jodie Foster? Estive o filme todo a tentar perceber que raio de sotaque é que estava a tentar fazer. Parecia que tinha tido um AVC.

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  4. E o sotaque anormal da Jodie Foster? Estive o filme todo a tentar perceber que raio de sotaque é que estava a tentar fazer. Parecia que tinha tido um AVC.

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  5. E o sotaque anormal da Jodie Foster? Estive o filme todo a tentar perceber que raio de sotaque é que estava a tentar fazer. Parecia que tinha tido um AVC.

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