Realização: Ariel Vromen
Argumento: Morgan Land e Ariel Vromen
Elenco: Michael Shannon, Winona Ryder, Ray Liotta e Chris Evans
O que aconteceu aqui não foi bonito. Richard Kuklinski matou mais de 100 pessoas (ou 200, sendo que existe uma discrepância entre os valores das legendas americanas e portuguesas) a sangue-frio. Matou-as porque alguém lhe pagou para o fazer, mas também porque era um sádico traumatizado psicopata. Mas isto não choca assim tanto. O mundo está cheio de malucos. O que choca, é fazer-se um filme tão vazio, tão medíocre e tão inconsequente como este The Iceman.
Não sendo um filme horrível, The Iceman consegue agarrar numa história perfeitamente válida, e construir uma trama foleira que assenta sobre um único princípio sobre o qual todo o universo e todas as personagens do filme se regem: Richard Kuklinski era um assassino, mas também era um homem de família. Ok. Então mas não querem explorar melhor a complexa natureza do psicopata? Não querem mostrar pormenores dos negócios em que esteve envolvido? Não querem tornar uma biografia aborrecida num filme minimamente artístico? Não. Ariel Vromen não quis nada disso.
O que Ariel Vromen - realizador imberbe de origens judaicas e talento reduzido - quis fazer com este filme, foi tentar misturar o seu entendimento de um filme Scorceseano com uma biografia do canal história. O resultado foi uma produção medíocre que, com a ajuda de um elenco semi-válido, conseguiu projecção suficiente para pagar os custos de produção. É uma pena. Um realizador mais ousado e mais talentoso teria transformado esta história em algo mais. Teria explorado planos de autor, cenas fantásticas em que conseguiríamos espreitar para dentro da alma do assassino. Em vez disso, temos meia dúzia de mortes descontextualizadas - uma delas a do personagem de James Franco que, honestamente, a única coisa que faz bem é cair para o lado morto -, uma visita ao irmão na prisão, uma recordação de umas chicotadas do pai e um ataque de fúria junta da mulher e das filhas.
Pelo meio, temos uma personagem interessante - Mr. Freezy, interpretado por Chris Evans. De facto, Mr. Freezy é tão mais interessante que The Iceman, que me fez pensar porque raio é que não escolheram um em vez do outro. Gostaria de ter visto mais do personagem de Evans, tal como gostaria de ter visto Ray Liotta a fazer qualquer outro personagem que não um mafioso desautorizado pelo seu chefe - Ray, já chega. Enfim, The Iceman é um filme datado por um realizador sem visão e sem identidade. Um conselho para Ariel Vromen: vai fazer documentários!
Golpes Altos: Interpretação de Michael Shannon, Chris Evans, Winona Ryder e as duas miúdas. Cena da discoteca é uma pérola face ao ambiente semi-gélido do filme.
Golpes Baixos: Um filme sem talento, escrito por um guionista sem talento que, veja-se bem, também é um realizador sem talento. Mediocridade na sua forma mais pura. David Schwimer a tentar ser um mafioso é como ver o Ross dos Friends a tentar não ser o Ross dos Friends.
Argumento: Morgan Land e Ariel Vromen
Elenco: Michael Shannon, Winona Ryder, Ray Liotta e Chris Evans
O que aconteceu aqui não foi bonito. Richard Kuklinski matou mais de 100 pessoas (ou 200, sendo que existe uma discrepância entre os valores das legendas americanas e portuguesas) a sangue-frio. Matou-as porque alguém lhe pagou para o fazer, mas também porque era um sádico traumatizado psicopata. Mas isto não choca assim tanto. O mundo está cheio de malucos. O que choca, é fazer-se um filme tão vazio, tão medíocre e tão inconsequente como este The Iceman.
Não sendo um filme horrível, The Iceman consegue agarrar numa história perfeitamente válida, e construir uma trama foleira que assenta sobre um único princípio sobre o qual todo o universo e todas as personagens do filme se regem: Richard Kuklinski era um assassino, mas também era um homem de família. Ok. Então mas não querem explorar melhor a complexa natureza do psicopata? Não querem mostrar pormenores dos negócios em que esteve envolvido? Não querem tornar uma biografia aborrecida num filme minimamente artístico? Não. Ariel Vromen não quis nada disso.
O que Ariel Vromen - realizador imberbe de origens judaicas e talento reduzido - quis fazer com este filme, foi tentar misturar o seu entendimento de um filme Scorceseano com uma biografia do canal história. O resultado foi uma produção medíocre que, com a ajuda de um elenco semi-válido, conseguiu projecção suficiente para pagar os custos de produção. É uma pena. Um realizador mais ousado e mais talentoso teria transformado esta história em algo mais. Teria explorado planos de autor, cenas fantásticas em que conseguiríamos espreitar para dentro da alma do assassino. Em vez disso, temos meia dúzia de mortes descontextualizadas - uma delas a do personagem de James Franco que, honestamente, a única coisa que faz bem é cair para o lado morto -, uma visita ao irmão na prisão, uma recordação de umas chicotadas do pai e um ataque de fúria junta da mulher e das filhas.
Pelo meio, temos uma personagem interessante - Mr. Freezy, interpretado por Chris Evans. De facto, Mr. Freezy é tão mais interessante que The Iceman, que me fez pensar porque raio é que não escolheram um em vez do outro. Gostaria de ter visto mais do personagem de Evans, tal como gostaria de ter visto Ray Liotta a fazer qualquer outro personagem que não um mafioso desautorizado pelo seu chefe - Ray, já chega. Enfim, The Iceman é um filme datado por um realizador sem visão e sem identidade. Um conselho para Ariel Vromen: vai fazer documentários!
Golpes Altos: Interpretação de Michael Shannon, Chris Evans, Winona Ryder e as duas miúdas. Cena da discoteca é uma pérola face ao ambiente semi-gélido do filme.
Golpes Baixos: Um filme sem talento, escrito por um guionista sem talento que, veja-se bem, também é um realizador sem talento. Mediocridade na sua forma mais pura. David Schwimer a tentar ser um mafioso é como ver o Ross dos Friends a tentar não ser o Ross dos Friends.
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