quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dracula Untold


Realização: Gary Shore
Argumento: Matt Sazama, Burk Sharpless
Elenco: Luke Evans, Sarah Gadon, Dominic Cooper, Art Parkinson, Diarmaid Murtagh, Paul Kaye, Charles Dance

Enésima versão da obra de Bram Stoker, agora tendo como base a suposta origem do vampiro mais icónico da literatura e do cinema no Príncipe Vlad III, Príncipe da Valáquia, mais conhecido como Vlad, o Empalador, no séc. XV, aquando das invasões otomanas ao centro europeu.

Há aqui uma mistura meio esquisita, porque se há realmente a possibilidade de que Stoker tenha inspirado o seu Conde Drácula em Vlad Drăculea, a verdade é que o próprio romance não remete para esse tempo nem para esse indivíduo. Ou seja, há aqui uma trapalhada entre factos e personagens históricas corrompidos por uma obra ficcionada quase cinco séculos posterior. O resultado, como esperado, não é bom.

Luke Evans é um Vlad pouco convincente, um cavaleiro que empalava homens aos milhares mas sempre com um ar íntegro e justo (?? #1), as personagens secundárias, à excepção dum sempre hipnotizante Charles Dance, são transparentes, e nem sequer os vilões otomanos encaixam bem (Mehmed II é um tipo com ar de quem tem uma loja de peças de telemóveis no Poço do Borratém), muito menos a razão que os move – não há sequer um diálogo acerca de política de conquista, estratégia militar, nada. Só interessa conquistar um reino e massacrar um povo por competição de egos, megalomania e vingançazinha sobre um ex-amigo de infância (?? #2).

Logo, baralhando e dando, hora e meia de entretenimento barato, de classe B, que nem sequer prima pela piada ou pelas cenas violentas. Já para não falar que se vão à procura de algum misticismo sombrio do leste europeu medieval, esqueçam. Ouvir a maioria das personagens a falar british quase que nos remete para um Robin Hood da vida.

Admito, fui ver isto porque me apetecia pipocas e não pensar muito. Em boa verdade cumpri ambos os objectivos. O filme é que não cumpriu com um objectivo mínimo: não ser sofrível.

Golpes Altos: Dance. Aqueles olhos e aquela voz, sejam em que papel for, entram-nos sempre pela mente adentro. Tywin Lannister forever.

Golpes Baixos: Quase tudo. Um desperdício de tempo e dinheiro. E para fazerem coisas destas utilizem outras personagens, outras histórias. Stoker e Drácula não merecem.

2 comentários:

  1. Foste ver essa merda? Não havia uma comédia romântica?

    Charles Dance <3
    Enorme vilão do Last Action hero!

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