Realização: Susanne Bier
Argumento: Christopher Kyle
Elenco: Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Rhys
Ifans, Toby Jones, Sean Harris, David Dencik
“We don't invest anything in either character, and with barely any
tension, Serena grabs neither head nor heart.”
Ao dar uma vista de olhos nas
avaliações do Metascore deparei-me com esta frase da crítica da Time Out London
que resume bem o que penso da nova película de Susanne Bier, a dinamarquesa autora
do excelente Efter brylluppet – After the
Wedding e do muito badalado e oscarizado mas desinteressante Hævnen – In a Better World.
Centrada à volta dum recém casal em
plena Grande Depressão que almeja criar um império da madeira mas que se debate
com problemas de crédito e com um grupo de ambientalistas, a trama é
minimalista no mau sentido, no sentido em que não sabemos donde vêm e para onde
vão as personagens, quais as suas motivações para lá do egocentrismo e da
ganância, da violência e da tentativa de sobrevivência.
Lawrence tem demasiados
maneirismos na sua paranóia obsessiva, mas ainda vai sustentando o filme apenas com a sua presença impactante até que Bier decide arredá-la do desenlace trágico,
encarcerando-a em casa durante os últimos 20 minutos do filme; e Cooper está sem
nervo, pouco expressivo, pouco pulsante. Lembra mais o Cooper apagado do início
de carreira do que o actor revitalizado, coeso e ascendente de quem tanto gostamos em The Place Beyond the Pines, Silver Linings Playbook ou American Hustle.
Já Bier em momento algum parece
conduzir-nos de forma fluída, nem sequer consegue que sintamos o que quer que
seja por aquelas personagens. Quer admiração, quer desdém. Acaba por falhar, dirigindo
o elenco de forma errática e, recorrendo à frase do início, incapaz de conquistar-nos o coração pelo drama épico
nem a mente pela “epopeia noir”.
Uma última nota: Jennifer
Lawrence tem 24 anos, é aclamada pela crítica como uma espécie de herdeira de Katharine
Hepburn e Meryl Streep, já conquistou um Óscar de Actriz Principal (e tem mais
duas nomeações, uma de Principal e outra de Secundária), e ultimamente salta de
grande projecto em grande projecto. Está numa vertigem de sucesso.
Ainda assim,
e apesar de todos os elogios, nos últimos 4 anos e tal não voltei a ver a
brutalidade de actriz de Winter’s Bone. Na minha opinião ainda não chegou
sequer perto daquele nível. E com apenas 19 aninhos.
Golpes Altos: Pormenores técnicos
como o guarda-roupa, a maquilhagem e os cabelos. A fotografia e alguns planos,
sobretudo nas Smoky Mountains, são muito bonitos.
Golpes Baixos: A falta de alma da
história, uma péssima direcção de actores e o extremo e transversal egoísmo que esvazia as personagens.
Bradley Cooper.
A quantidade de tempo que perdemos a ver Filmes de merda...
ResponderEliminarE ultimamente ouve lá, mandas cada tiro cada melro! E ainda nem foste ver o Fincher! Acho que há países em que isso é crime...
Sim, confesso que isto não anda fácil, lol. Mas o Fury é excelente, não tarde escrevo sobre ele. E tenho o novo dos Dardenne para ver.
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