sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Golpes de Génio - Match Point


Realizador: Woody Allen
Argumento: Woody Allen
Actores: Scarlett Johansson, Jonathan Rhys Meyers, Emily Mortimer 

Esta ópera do Woody Allen foi como um grito de guerra. O realizador já andava perdido em filmes menores há alguns anos e depois de um amuo com o seu país e cidade de origem, decidiu aventurar-se na Europa. Resultado? O melhor filme do Woody Allen sem contar com a sua "Primeira Fase".
Chamo "Primeira Fase" a tudo o que foi feito até... provavelmente... Os Dias da Rádio. Depois houve uma fase "jeitosa" mas com menos qualidade que termina no Sweet and Lowdown. Depois uma fase menor antes do Realizador abandonar os EUA e agora a fase Europeia que tem como grande destaque este Match Point.

Neste filme ele torna-se visceral.
Tem como base Dostoievski e o seu Crime e Castigo, um tema já transposto para cinema, mas aqui, mesmo com uma ausência gritante de subtileza dessa "adaptação", parece-me que ganha uma nova dimensão.
Ele desvenda-nos o desenrolar do filme nas primeiras cenas, ninguém fica indiferente ao ver o personagem principal a ler esta obra, e depois conta-nos a história que vai trazer o paralelismo aguardado.

E se alguém conta bem histórias... é este homem pequenino e neurótico.

Este filme merecia ter 3h para poder respirar as evoluções e destruições das personagens, para poder ter mais planos do corpo da Scarlett (se ele pode ter planos destes, eu posso comentá-los como parte do filme!), para poder aumentar ainda mais a tensão dos momentos em que já percebemos o que vai acontecer mas ainda não vimos... Isto posso apontar ao filme... Precisava de mais tempo embora funcione como está.

Tudo funciona como numa Ópera, tem os passos todos e a música de fundo não engana. Este filme não tenta ser subtil, não tenta dar dicas...mostra tudo a nu, a cru, abre-se de forma bastante clara sem rodeios e sem "merdas". É desconfortável por vezes? Que seja, é assumido e quer passar tudo isso a quem está a ver... É previsível? Sim mesmo quando nos surpreende nem que seja neste ou naquele detalhe.

Uma coisa é certa, se tivesse a "sorte" que ele próprio sugere ao longo do filme, este teria uma dimensão bem diferente na história recente do cinema.


Golpes Altos: Frontalidade, Desconforto, Ansiedade, Desespero... tudo presente como nunca! Uma brutalidade muito própria que vive de espasmos da história.

Golpes Baixos: O actor principal é dos piores da história do cinema...
Mais 1h de filme podia ajudar a dar mais "corpo" ao mesmo.

25 comentários:

  1. Grande Woody, sem dúvida! Um dos meus realizadores preferidos!
    E sim, o Rhys Meyers não é de todo um grande actor, mas quando penso no filme sinceramente não consigo imaginar mais ninguém a fazer aquele papel...

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  2. Amen, brother! Esqueceste-te de referir que o Rhys Meyers é gay. A mim não me engana. É como gajo baixinho do Big Bang Theory. São demasiado gays e não suficientemente bons actores.

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  3. Até me lembro de dois gajos britânicos (critério) que são actores fracos mas que fariam melhor:
    - Jude Law
    - Ewan McGregor

    No entanto, quem faria um PAPELÃO:
    - Clive Owen.... Pena ser mais velho.
    - Christian Bale

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  4. Voto Jude Law! O Clive Owen é demasiado rude para este papel e o Christian Bale... esquece, o Christian Bale abusava.

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  5. Estimado B.,

    Aproveito esta ocasião para lhe prestar também a si a minha homenagem por este magnífico blogue, ao qual já me afeiçoei espantosamente em tão curto período (a vossa alegre cavaqueira subalternizou mesmo o meu site de comédia favorito, a marca.com).

    Informo-o também que o seu post perturbou grandemente o meu dia: sentindo certa urgência em contrariá-lo, vi-me forçado a quebrar a minha rotina, caso contrário não teria paz(perdoe-me a esquizofrenia brusca dos modos).

    Enuncio as minhas 2 principais objeções:

    1ª - Embora esteja de acordo com a sua divisão dos períodos criativos do W.A, não posso subscrever a avaliação que fez dos mesmos. Não concordo com a tese de que o "Primeiro W.A." é o melhor W.A. Não penso que "Annie Hall", "Manhattan", "Hannah and Her Sisters" e, em especial, "Zelig" (o primeiro dos seus filmes que considero genial sem reservas) - obras todas elas brilhantes - sejam superiores a "Crimes and Misdemeanors", "Deconstructing Harry", "Match Point" ou mesmo " Anything Else" (um tremendo injustiçado!!!) e "Midnight in Paris". É verdade que muita da agonia e do charme semi-autobiográficos se foram perdendo com o passar dos anos, mas a maturidade trouxe também maior mestria e requinte formais, compensando assim, em minha opinião, os inconvenientes da mudança de estilo.

    2º - Ao contrário do que o próprio W.A. nos quer fazer pensar, o "Match Point" não é uma cópia descara de "Crime e Castigo". Analisando a questão de perto, não se parecem em nada, a não pelo facto de ambos contarem a história de um assassino.
    No "Crime e Castigo" o crime é motivado por uma bizarra pretensão filosófica segundo a qual "um homem superior, um Napoleão, está acima da moral". Uma vez que a última barreira moral é o assassínio, o pelintra com ilusões de grandeza que nos é descrito é uma espécie de criminoso abstrato: nnão obtêm quaisquer benefícios materiais com o seu acto que realiza apenas para comprovar uma teoria.
    O arrivista do "Match Point", contrariamente, encontra-se numa situação de conflito entre a mais deliciosa das delícias sexuais (!!!) e os privilégios sociais e económicos da "upper class", dos quais já não prescinde (é por isso um assassino bem mais prosaico). O filme retrata este inconciliável conflito na perfeição, e é mesmo com um certo alívio que assistimos ao fim daquele tormento(sentindo-nos por isso, desconfortavelmente cúmplices). Note-se que questão de Deus - central a Dostoievsky, bem como a "Crimes and Misdemeanors", que também se poderia intitular "Crime sem Castigo" - está totalmente ausente, sendo genialmente substituída pela ideia de "sorte" (essa teoria jamais a esqueci).

    Numa palavra, um golpe brilhante (tal como o ideia de escrever sobre este grandíssimo filme).

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  6. Quanto ao ponto 1, são meras opiniões difíceis de refutar de forma racional.

    O ponto 2 no entanto, considero que foi levado demasiado à letra.
    É uma adaptação ainda mais genial por ser "trazida" para o nosso mundo, a nossa realidade, algo muito palpável e porque não... próximo! Assim sendo, a obra tem de facto uma importância estrondosa porque até no paralelismo o W.A. tenta bater ponto por ponto... E o detalhe de Deus é possivelmente o mais brilhante...


    PS: E nada me tira da cabeça que pouco depois do brinde familiar pelo nascimento do filho, o personagem principal se atirou da linda varanda que tem em casa :)

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  7. Ghost Master, tenho que sair em defesa do meu colega na questão do Dostoiewski. O meu colega apontou que o filme tem "por base" o Crime e Castigo - não disse que era uma adaptação da obra. Sendo assim, o seu comentário foi apenas uma oportunidade de se masturbar intelectualmente com um livro que já leu demasiadas vezes! Gosto mais do teu alter-ego ranhoso!!!

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  8. Olá ppl, tudo bem?

    Eu sou o primo do Anónimo Ranhoso. Podem tratar-me por Reles Incógnito, que é como sou conhecido entre os que me são próximos...

    Dizer que concordo claramente com os dois últimos comentários.

    Master: vai tomar os comprimidos!

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  9. LOL isto vai ter de parar! (adorei o pormenor do 'ppl')

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  10. Deixa estar... Os nossos 3 leitores são ele...

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  11. Caríssimos, B., buddy e R.I.,

    Permitam-me uma breve defesa da honra.

    1. O ponto 1 da minha intervenção precedente é obviamente, à semelhança de todos os artigos e de todos os comentários, uma "mera opinião" (na expressão lacónica de B.) que me limitei a expor, sem pretensões de "refutar" o que quer que fosse.

    2. Pelos mesmos motivos, não me parece justa a qualificação exuberante de "masturbação intelectual" proposta por buddy, pois nesse caso, somos todos uns masturbadores consumados...

    3. B.: em momento algum afirmei que a proximidade da "adaptação" retira interesse ao filme. Simplesmente tentei mostrar porque motivo, em minha opinião, não se pode falar de "ausência gritante de subtileza de "adaptação"", porque penso que nem sequer de uma adaptação se trata, tais são as diferenças entre as obras.
    A referência ao "Crime e Castigo" é parte da construção ominosa da narrativa e certamente não como um paralelismo que o W.A. tenta bater ponto por ponto.

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  12. Nesse caso acho que estás errado. O filme é uma adaptação do Crime e Castigo. Mas na versão do Woody, a sorte substitui o Castigo. Ou seja, ele utiliza a premissa do Crime e Castigo para a contrariar. Assim, adaptando-o. E enquanto insistires em adjectivos como "lacónico" e "ominosa", vais ser sempre um esgalhador intelectual maior que eu!

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  13. Isso parece-me incrivelmente duvidoso...

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  14. Estou com o buddy, assim não te safas...
    E vida? Tens?

    Calma... Podes ficar... Mas olha, fecha a porta porque isto é novo e não está bem isolado... as correntes de ar são uma merda.

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  15. Então o que aconteceu ao vosso tão apregoado inconformismo, que não resiste a uma saudável troca de opiniões e resvala logo para um discurso ofensivo?

    B.: o insulto é o argumento dos fracos.

    Podes continuar a brincar ao Che Guevara dos pequeninos à vontade, que eu vou-me masturbar pra outro lado!

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  16. Tu queres ver que perdemos 3 leitores com um "E vida? Tens?".
    Que maravilha...

    Wrong door...

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  17. Então meninos?! Isto era suposto continuar na brincadeira!!!

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  18. O actor principal é dos piores na história do cinema?? Tu tens é inveja. Ele não precisa de ser bom actor, basta aparecer. ahah

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  19. Leididi... é estranho para uma menina cobiçar um homem claramente homosexual. E sim, muito mau actor. Vê-se pela porcaria de série que é os Tudors... A única semelhança entre o Rhys Meyers e o Henrique VIII é que ambos tinham hábitos sexuais reprovados pela Igreja (PAM PAM)

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  20. Se precisas de te convencer que ele é gay para te sentires melhor neste mundo por saberes que existe um homem tão lindo e que esse homem não és tu, ok. A mana compreende.

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  21. Eu quando for grande vou ser parecido com o bruce willis

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  22. 1- "Se precisas de te convencer que ele é gay para te sentires melhor neste mundo por saberes que existe um homem tão lindo e que esse homem não és tu, ok. A mana compreende." -> isto é quase tão sexista como o início do texto do Argo escrito pelo buddy! (eu não disse que te defendia rapaz?).

    2- buddy, não vais ser grande... e se o fores vais obviamente ter semelhanças com o Danny Trejo ou o Clint Howard...

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  23. Leididi vai-te f#&%$!

    B. obrigado e vai-te f#&%$!

    PS - tudo menos o Clint Howard... essa foi baixa...

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  24. Vou dizer à mãe que disseste isso. B., também tens é inveja do outro.

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