domingo, 30 de junho de 2013

Testa-a-Testa - Man of Steel


Realização: Zack Snyder
Argumento: Christopher Nolan e David S. Goyer
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Russel Crowe, Kevin Costner e Michael Shannon


Após anos e anos a vaguear no vazio cibernético, a tão afamada rubrica "Testa-a-Testa" regressa em grande para avaliar o tão esperado renascimento do mais odiado icónico super-herói do mundo. O Homem de Aço começou de novo, mas são os nossos golpistas quem tem a última palavra.


Como é que é possível que um super-herói tão espectacular seja tão mal-amado? Ok, suponho que o excesso de licra e o facto de vestir as cuecas por cima das calças não ajude mas, ainda assim, estamos a falar do homem mais poderoso do mundo, do mais existencialista dos seres, do mais benévolo dos kryptonianos. Então afinal, o que falha? (1- não é um homem, é um ET... 2- o melhor truque dele é usar uns óculos de massa)

É precisamente isso. O ponto fraco do Super-Homem é a sua ausência de pontos fracos (kryptonite não conta, visto que não anda propriamente por aí ao pontapé). Assim, os anos foram passando e as pessoas tornaram-se menos e menos fãs de uma das mais incríveis figuras mitológicas alguma vez criadas. Com Man of Steel, Zack Snyder e Christopher Nolan voltaram a mostrar-me o quão bom é amar o Super-Homem, e porque é que nunca o deveria ter abandonado. (ninguém o abandonou, não tiveram foi saco para pegar nele durante estes anos depois de tanta tentativa falhada... prefiro os primeiros!)

O filme não é perfeito, longe disso. E desengane-se quem dele espera um Dark Knight, porque também não o vai receber. Maioritariamente porque Snyder é um realizador medíocre, com a vantagem de estar a ser carregado às costas por um argumento brilhante (sim, brilhante) escrito por Christopher Nolan. (BRILHANTE?? Onde?? Amo o Nolan, mas tem aqui a sua pior peça escrita.)

Neste Man of Steel, o Super-Homem não tem kryptonite, não é um jornalista, não tem 35 anos e não tem inimigos humanos. Neste Man of Steel, Kal-El é uma personificação de um Jesus Cristo de 33, enviado ao mundo pelo seu bom pai para ser 'a God amongst them'. Assim, a educação de Clark termina com a ajuda dos seus pais humanos, uma espécie de José e Maria versão Kansas, que tentam proteger Kal-El de um mundo que ainda não está preparado para ser guiado - 'You will give the people an ideal to strive towards. They will race behind you. They will stumble. They will fall. But, in time, they will join you in the sun'. 
(tinha de vir o Cristão... Raios partam... Assumes portanto que o JC era um ET? Repara que tudo o que dizes que ele não é, acaba por se tornar no final! Get ready!)

Pessoalmente, adorei o filme. Acho que tem uma primeira parte brilhante - a roçar o genial - e uma segunda parte menos iluminada mas igualmente competente. Chorei, tentei controlar o eriçamento involuntário dos pêlos dos braços e lembrei-me do que significa ser bom, do que significa ser pai, ser filho e do difícil que é crescer sabendo que temos nas nossas mãos o poder de mudar o mundo. (mas tu foste ver o Malick na sala ao lado?)

Vivemos numa era sem esperança. A mitologia tomou a forma das BD's e a nossa esperança resta agora nas mãos de artistas, e não de políticos. Ao escrever esta história, Chritopher Nolan fez o que nenhum político me conseguiu dar nos últimos 20 anos - voltei a ter fé na humanidade. (ok... confirma-se... foste ver o Malick... )


Golpes Altos - O argumento é simplesmente brilhante. Os actores estão TODOS óptimos. Russel Crowe e Kevin Costner são pérolas de casting para os respectivos papéis. Para mim, um filme é uma boa história - e Man of Steel é um grande filme. (Mas o Russel Crowe e o Kevin Costner não entram no filme do Malick...)

Golpes Baixos - A realização de Snyder tem alguns pormenores brilhantes - imagem do herói, de braços estendidos como Cristo na cruz a flutuar no espaço (wow!) - mas é uma realização limitada quando sabemos o que Nolan conseguia fazer com isto se tivesse agarrado o projecto sozinho. A química entre Cavill e Amy Adams não está muito bem explorada, se bem que não consigo perceber muito bem porquê... (essa imagem é igual à do Neo... igualmente má! Quanto à química não está de todo explorada, só na lamechice...)


buddy

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Começamos numa mistura de Cloud Atlas com Matrix (o Morpheus até aparece depois!). Temos de nos situar e o filme leva-nos à génese do Super-Homem. Os problemas lá na terra dele, a apresentação da importante figura do Pai, da Mãe e do vilão deste 1º filme. É tudo muito rápido porque não há tempo para mais mesmo quando o filme tem quase 150min. Perde-se mais tempo na exposição dos efeitos especiais (bons) do que na própria história.
(Epah não acredito que acabaste de comparar esta obra-prima com o Cloud Atlas. Que injustiça...)

Depois chegamos à terra. O Super-Homem é agora a Madre-Teresa de Calcutá e salva tudo o que lhe aparece à frente com o aspecto do Wolverine. O actor é atraente como tem de ser, musculado como tem de ser e péssimo como aparentemente parece ter de ser. Depois de muita moral enfiada naquela cabeça por parte do Bodyguard, chega a parte em que estamos perante a Guerra dos Mundos / Independence Day. Aqui a Madre-Teresa tem umas 15 cenas lamechas com a jornalista e todos juntos decidem salvar o mundo, mesmo que para isso o tenham que rebentar todo à porrada.
(Correcção: é agora Jesus Cristo de Nazaré. A Madre Teresa era mais velhinha e não tinha poderes)

A dada altura voltamos ao Matrix (o 2º, o mau Matrix...) com a célebre batalha entre o Neo e o Agent que destroem tudo à volta deles. Engraçado que a população da cidade cabe toda nas estações subterrâneas para evitar males maiores. Havia de ser cá... Tudo na estação das Laranjeiras à espera que acabassem a porrada lá cima. 
Os bons ganham, aparece uma referência ao próximo vilão, o famoso Lex Luthor, e eu aguardo-o porque este filme nem para pipocas deu... Espero que melhorem bastante.
(Para mim, todos os Matrix's são maus.)

Na minha opinião tentem as vezes que tentarem, façam o que fizerem, digam o que disserem, o Batman dará SEMPRE 10-0 ao Super-Homem... Tem muito mais para contar, tem muito mais conteúdo para explorar e... é humano. E sim, a comparação é mesmo inevitável. 
(Eu prefiro o Super Homem ao Batman. Mas admito que a trilogia Dark Knight é muito melhor que este Man of Steel.)

Golpes Altos - Efeitos especiais mas o cinema serve para contar histórias... Quando o melhor de um filme são os efeitos especiais, podia ter ido ver os Transformers que ao menos tem a Megan Fox. Ah, e a Amy Adams é óptima actriz mas aqui passa 80% do tempo com lágrimas nos olhos, como se estivesse o tempo todo a ver algumas cenas do The Notebook.
(Eu acho que o pior do filme são as cenas de acção. Tudo o resto é incrível.)

Golpes Baixos - A "lavagem" que se esperava da Produção do Nolan não apareceu, pelo menos para mim... De facto as expectativas estavam bem lá em cima mas... caí da altura daqueles prédios todos que acabaram no chão.
Péssimas prestações dos actores mais importantes, o Super-Homem e o Vilão. A expressividade dos gajos está ao nível do Hugh Jackman e Van Damme. 
(ESPERA! Como assim o Vilão é mau actor???? O Michael Shannon está BRILHANTE! Dos melhores vilões de SEMPRE! E o puto também não é mau, consegue alternar bem entre a fúria e a apatia clássica do Super Homem.)

PS: Ainda hoje vemos malta a correr em frente a fugir de coisas que estão a cair nessa mesma direcção... Really?

B.

42 comentários:

  1. Não percebo porque é que os dois meninos optaram por ignorar o argumentista principal do filme que NÃO é o Nolan. E sim, já cá faltava a beata de serviço mais o JC e o cara***
    E tb não acho justo comprar super heróis, cada um é diferente e pronto. O super homem é um chato do caraças mas não deve ser comprado ao Batman pq não tem nada a ver. é como comparar os Beatles com o Tom Waits, sei lá ou com os Radiohead (outros chatos).

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  2. A comparação aparece porque o mundo a decidiu fazer.
    Quando o autor da triologia do Batman decide entrar a pés juntos num mega projecto de fazer uma "limpeza" ao Super-Homem, as comparações não são sequer evitáveis...

    MAS, este Super-Homem é mais chato que os Radiohead... (e sim, esta comparação é que já é parva...)

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  3. Concordo com o B. A comparação é inevitável. Quanto a termos deixado David S. Goyer de parte, não foi por termos alguma coisa contra o senhor mas só porque atribuímos mais ao Nolan a responsabilidade.

    Beata de serviço é ca$#%&/% que ta f$%&!

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  4. buddy, e tatuares uma coroa de espinhos na cabeça? E podes escolher tu a cabeça.

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    1. Quero ver se acham graça quando estiverem a arder nos 7 círculos do inferno.

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    2. Se lá estiver a arder não faz mal. Basta usar o "vôo da Fenix" e livro-me daquilo :P

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  5. Pois eu achei o filme muito bom. Uma explicação mais bem conseguida da história do Super-Homem, para mim, que a original (como é que a Lois nunca reparou que o Clark é o Super-Homem????).

    A 1ª parte com um bom desenvolvimento das personagens e a 2ª com muita ação. Para mim esteve ao nível do Batman Begins. Estou curioso para ver como vão abordar o 2º filme. Espero que mantenham o Kevin Spacey como Lex Luthor.

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  6. Vi o filme com o meu filho de 13 anos e com um amigo da mesma idade e nem eles vieram impressionados. Salva-se um grande casting (mesmo sem ter muito sumo para espremer nas suas personagens, ter Adams, Crowe, Costner, Lane e Fishburne é melhor do que ter outros quaisquer) e um óptimo vilão, por um Michael Shannon que é do bom que se tem visto nos últimos anos.
    Henry Cavill é horrível, absolutamente medonho, de princípio a fim, as cenas de acção, nomeadamente a batalha final, são confusas de tão gráficas e "espaciais" que são, a maioria dos diálogos são lisos como uma tábua, as cenas sentimentais chegam a incómodas de tão lamechas, e a "aparição aos pastorinhos" que o Super-Homem faz quando desce dos céus para falar com os soldados norte-americanos no meio do deserto é uma monstruosidade cinematográfica.

    P.S. - É fácil dizer que o filme é melhor ou pior por Snyder, mas após 300 e The Watchmen - ambos bem melhores do que este Man of Steel - não me parece que possamos dizer que um realizador incapaz para este tipo de filmes. Gosto de Nolan, sobretudo dos primeiros filmes, mas felizmente não sofro de "nolanizite aguda"; a banhada sideral que é Inception, uma meia-hora final horrível de The Dark Knight Rises e agora esta fraquinha incursão pelo universo do Super-Homem. Será que está a perder o Toque de Midas?

    P.P.S. - Batman dá 20-0 ao Super-Homem. Clark Kent só não é o gajo mais aborrecido do Mundo porque existe um tal Peter Parker.

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    1. JP, concordo contigo nas cenas de acção, e atribuo a culpa toda ao Snyder - depois de um Watchmen medíocre e um 300 que é um nojo total de filme.

      Quanto aos diálogos, não podia estar menos de acordo... Nem percebo onde vais buscar isso... Tem algumas das falas que mais me tocaram nos últimos anos e a "aparição dos pastorinhos" é simplesmente genial.

      Mas tudo isto é discutível. O que não é discutível, independentemente de sofreres ou não de nolanzite aguda, é o Inception... Banhada sideral? Estais louco? lol Pah o Inception é simplesmente (e olha que medi bem estas palavras) um dos melhores filmes que já vi na minha vida. É o melhor do Nolan (sim, a contar com o Prestige). Nolan é Deus.


      PS - Odeio o Spider-Man. E até percebo que não gostem do Super-Homem e o achem aborrecido, mas isso é simplesmente porque não percebem a densidade filosófica que está por detrás de um herói 200% mais profundo que um Batman.

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  7. Gosto muito do JPFerreira...

    buddy:

    1- o Inception é mesmo um filme banal com uma roupagem toda gira. Parece um filme feito por um estudante de cinema que ganhou o euromilhões... O Nolan tem enormes filmes (Memento, Prestige e Dark Night), tem bons filmes (Insomnia e Batman Begins) e tem todos os outros...

    2- Como sabes, estou 100% de acordo com o JPF no que toca ao Dark Night Rises... Tinha tudo para ser o melhor mas nos últimos 30min parece que o Realizador mudou e meteram lá um gajo que estava a servir o lanche à malta.

    3- A arrogância da frase "mas isso é simplesmente porque não percebem a densidade filosófica que está por detrás de um herói 200% mais profundo que um Batman." mostra que os argumentos se esgotaram... O Batman é mesmo enorme.

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    1. Epah o Insomnia é um bom filme??? E o Memento não é enorme, mesmo... E chamar ao inception um filme banal é uma barbaridade. É o melhor do Nolan. É um filme perfeito. Não tem uma falha nem um ponto fraco. "Roupagem toda gira" e "Banhada sideral" não são críticas.

      Quando falo do Super-Homem estou a referir-me às BD's. Como apreciador e especialista em BD's que sou, SEI que o Super-Homem é mais profundo que o batman. Daí a arrogância.

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  8. O casting é bom , o Henry Cavill safa-se bem, mas o resto é mau. Não se pode esperar muito dum filme que começa com o Russel Crowe a voar num bicho tipo História Interminável. Os antigos, com o Brando e com o Christopher Reeve, continuam 100 000 vezes melhores que esta coisa. Onde já se viu a Lois saber quem é o Super-Homem… Tsts…

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    1. Considero isso um ponto a favor. A pergunta é: Onde é que já se viu a Lois não reconhecer o Super-Homem só por não ter uns óculos postos? A isto chama-se evolução de conceitos lol

      PS - Os antigos são horríveis. Compará-los com este nem sequer faz sentido.

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    2. LOL Não é só por ter uns óculos postos! É porque o Clark é o oposto do Super- Homem!

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  9. A minha arrogância diz TAXATIVAMENTE:

    O Inception é fraco, o Inception é um exercício já visto 1000 vezes feito por um gajo que sabe filmar. É mesmo só isso... Daqueles giros de se ver e pronto, não acrescentou NADA à minha vida e à minha experiência cinematográfica. NADA!

    Quando isto acontece não posso sequer respeitar assim tanto o filme... Muito menos uma opinião que diga que é dos melhores filmes que viu na vida... Isso então é para lá de absurdo.

    O conhecimento que tens de BD não pode fazer com que o que digas sobre esse tema sejam dogmas... Senão a solução para todos os problemas era apenas o conhecimento como se fosse uma folha de Excel... e não é...

    Resumindo, és ridículo e tens tatuagens feias.

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    1. Pronto, não concordo com nada disso do Inception.

      Relativamente ao conhecimento que tenho de BD, claro que isso me dá o direito de vos INFORMAR que o Super-Homem é o herói mais complexo alguma vez criado por DC ou Marvel. O que não quer dizer que não se goste mais do Batman, isso é legítimo. O que digo é que o Super-Homem é mais profundo. Tem uma dimensão filosófica e teológica que no Batman se limita às palavras "vingança" e "medo". Eu adoro o que o Nolan fez com o Batman, porque o melhorou como herói. Nas Bd's, ele não é assim tão interessante.

      Resumindo, sou um MESTRE e as minhas tatuagens têm bué estilo.

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    2. Desculpem lá estar a meter-me na vossa discussão, mas tenho de vir aqui agradecer ao B.; agora já sei o que dizer aos meus amigos que me olham incrédulos quando eu nao concordo que o Inception seja um dos melhores filmes do cinema moderno - "Parece um filme feito por um estudante de cinema que ganhou o euromilhões...". É que é mesmo isto! Spot on!

      É um filme visual e tecnicamente impressionante, sem dúvida, mas se tirarmos os milhões em efeitos visuais e actores de topo (que também concordo estarem todos muito bem), sobra a história, e essa, na minha modesta opinião, é pseudo-profunda e pseudo-complexa.

      Para mim, um grande filme é feito, antes de tudo o resto, com uma grande história, e acho que o Inception é daqueles filmes que se tentam vender por muito mais do que aquilo que valem. Mas pronto, é por isto que se discute cinema e música e política e não se discute matemática e física. Não podíamos gostar todos do amarelo.

      Ana

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    3. Odeio amarelo! :)


      PS: Sim, também acho que essa expressão resume o que acho do filme. E "sobra a história, e essa, na minha modesta opinião, é pseudo-profunda e pseudo-complexa." concordo em absoluto. E ele sabe contar histórias! Mas esta penso que se perdeu em tudo o resto, resto esse que dou menos valor.

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  10. Citando um famoso Gaulês barrigudo: "Estes Romanos estão todos loucos!". Inception falha na história? O filme é uma aula de guionismo do melhor que se faz no cinema moderno. Gostava que me apontassem uma falha numa história que, quer queiram quer não, é de facto complexa e fácil de se estragar. A questão do "sonho dentro do sonho", as suas várias etapas, as reacções humanas ao sonho e a forma como cada um de nós os constrói estão, não só cientificamente "o mais correctas possível", como exploradas da forma mais espectacular que alguma vez vi. Gostava de ouvir alguns argumentos bem construídos que me viessem desmentir, mas eles ainda não chegaram...

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    1. Argumentos tipo "A questão do "sonho dentro do sonho", as suas várias etapas, as reacções humanas ao sonho e a forma como cada um de nós os constrói estão, não só cientificamente "o mais correctas possível", como exploradas da forma mais espectacular que alguma vez vi. " ?

      Meu, vão sempre ser análises qualitativas... eu não disse que a história tinha buracos, só disse que não a achei NADA de estrondoso, não achei super bem contada e achei-a a roçar o presunçoso chato. Giro e tal, mas pronto... Ele deu muito valor a tudo o resto, acho que não conseguiu ter o mesmo tesão que teve nos outros aspectos do filme.

      O Babel está muito bem contado e sem qualquer tipo de buraco no argumento e odeio o filme... Uma estupada... A história é muito aborrecida e ainda por cima é mais que uma... Um bom exemplo de que uma história pode ser boa tecnicamente mas não funcionar para todos na prática.

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    2. Pronto, aí está um exemplo de um filme de merda. O Babel está bem contado, mas é piroso e tem uma história de merda. Aquela ligação entre o pai da chinesa e os putos lá no afeganistão ou o caralho é das piores merdas que já vi na vida. Agora, podem não ter achado o Inception nada de especial, mas a verdade é que é um filme sem falhas. É só isto. Sem falhas! Chamá-lo um filme de estudantes é não ponderar a merda que sai diariamente das escolas de cinema... É um filme feito por um mestre consagrado, quer se queira quer não.

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    3. Quando concordei com a frase do B. acerca de parecer um filme feito por um estudante de cinema não era, de todo, no sentido do filme ser amador ou mal feito. Claro que não posso falar por ele, mas a minha interpretação dessa opinião é no sentido de ser um filme a tender para o pretencioso, com uma história contada de uma forma que complica desnecessariamente a premissa e o desenrolar da acção, com o intuito de parecer mais complexo do que aquilo que de facto é. Quando o filme saiu, toda a gente dizia que era super complexo e que exigia mais que uma visualização para se perceber bem a história, mas a verdade é que não é difícil de todo perceber a história, ela está é contada da forma mais 'vistosa' possível.

      Sinceramente, já não vejo o filme há anos (vi quando saiu e outra vez passados uns meses) por isso não tenho a história fresca para te estar aqui a atirar com falhas no argumento e na lógica científica da coisa, mas sei que as há por aí espalhadas pela net e nos fóruns dedicados ao filme, se quiseres ir divertir-te. :)

      Concluindo, o que me impede de por o Inception no meu top de filmes preferidos ou filmes que eu acho obras-primas do cinema (que, para mim, são duas coisas diferentes), não são as possíveis falhas no argumento ou a qualidade geral dele; é que a mim, pessoalmente, não me impressionou, não me tocou de forma alguma, não deixou 'marca', não me dá vontade de o rever. Claro que isto é completamente subjectivo, pois é... Mas o cinema é assim (pelo menos para mim, que não percebo um cu do assunto).

      P.S. O Babel é uma nódoa. Tal como 90% dos filmes com várias histórias que se entrelaçam.

      Ana

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    4. Ah, já percebi qual é o problema aqui... É que eu nunca disse que o Inception era um filme complexo ou difícil de entender. Quando digo que é um dos melhores filmes que já vi, estou a encaixá-lo, obviamente, dentro do seu género. Ou seja, é certamente o melhor filme de acção/thriller que já vi na minha vida. E tens razão, o filme é bastante vistoso e tenho pena da pessoa que não o entender à primeira lol mas isso para mim não é um defeito, pelo contrário... Acho fantástica a maneira descomplicada como o filme tá feito, tratando um tema que facilmente se poderia tornar confuso e chato para o espectador. O Inception é um filme que foi feito para ser gostado e para ser visto por toda a gente e eu aprecio isso num filme com a qualidade que ele carrega às costas. Quanto a mim,quando me apetece ver um grande filme de acção, com um grande argumento, grandes actores, grande banda sonora e uma realização de MESTRE, ponho o Inception a dar e sei que são 2 horas bem passadas. Enquanto o estou a ver, estou lá dentro. Fizessem-se mais filmes como este, e eu andava por bem mais salas de cinema.

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    5. Ana,

      "P.S. O Babel é uma nódoa. Tal como 90% dos filmes com várias histórias que se entrelaçam."

      Por favor retira o que disseste... o Magnolia é das coisas mais geniais que já foram feitas... Até conseguiu fazer com que o Tom Cruise parecesse um enorme actor.

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    6. B.,

      De acordo! Mas se tens o Magnolia e o Pulp Fiction de um lado, tens o Babel, o Crash e tantas comédias românticas que nem dá para listar aqui (sugestão para um futuro post: a comédia romântica é um género irremedivelmente ultrapassado, ou ainda há quem tente fazer filmes bons nesse estilo?).

      Ok, se calhar não são 90%, mas há poucos que sejam realmente bons.

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  11. Depois da conversa surda que se instalou nesta caixa de comentários, e da muita hostilidade destilada, o MASTER OSCAR PILANTRA, aproveitando o ensejo para lamentar proundamente, e sem a mais leve sombra de ironia, a saída do Governo do homem (porventura o único) que fazia por nos manter no trilho, vem semear a paz entre os povos, dizendo o seguinte:

    O Man of Steel não é apenas mau. É péssimo. Insuportavelmente péssimo. Um enfado. Uma confusão visual e mental embrulhada no celofane dos efeitos especiais, despropositados e sempre histriónicos, um permanente tesão de mijo de acção e mais acção, as mais das vezes incompreensível e inconsequente. Dos diálogos, então, é melhor nem falar: foleiríssimos, superficiais e aposto com quem quiser que retirados de algum livro Nicholas Sparks.

    A famigerada cena da aparição aos pastorinhos é a antologia perfeita do absoluto ridículo, ou melhor, da absoluta ausência de sentido do ridículo que é este filme. No momento em que vi a capa vermelha e esvoaçante surgir no horizonte, com o canastrão do Henry Cavill suspenso no ar, qual Cristo ressuscitado, desatei a rir na sala de cinema. Uma reacção que frequentemete nos suscita a vergonha alheia.

    Posto isto, e pronunciando-me sobre outro dos temas versados, tenho a dizer que gostei do Inception, que me parece um exercício de cinema a espaços a roçar o notável, embora não ouse classificá-lo como uma obra-prima.

    E disse.

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  12. Da sua intervenção só concordo com o luto que o país vive hoje. Amanhã saio à rua de preto. Cada país tem o que merece, e este país não é bom o suficiente para o Gaspar. Tenho dito.

    PS - Você não percebe nada de cinema!

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  13. Li há uns tempos uma crítica engraçada sobre o Inception em que o autor dizia que Nolan tem que pôr as personagens permanentemente a explicar o que aconteceu na cena anterior e o que vai acontecer na cena a seguir, como se o filme tivesse integrado um PDF com o manual de instruções.

    Isto é óptimo, ahahahah!

    Enfadonho, confuso, vazio de originalidade e brilhantismo e incrivelmente arrogante. Um exercício de entretenimento básico, que nem nessa mesma função é bom. E tão, tão arrogante - é esse o principal problema de Nolan, e está a toldar-lhe o raciocínio e a afunilar a qualidade das películas.

    P.S. - Andei há uns dias atrás a ouvir ataques impiedosos a um suposto efeito mástique e berrante do cinema de Kubrick para agora ouvir odes ao Inception...foda-se!

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    1. Eu faço parte daquela minoria portuguesa que acha que a arrogância pode ser um direito. Sei que não é uma característica do nosso povo, mas 'tou longe de a considerar um defeito. Pessoas como o Mourinho, o CR7 e o Nolan serem arrogantes não lhes tolda visão nenhuma.

      O que eu não gosto, e não tem nada a ver com arrogância, é preciosismo. E nesse aspecto o 2001 do Kubrick dá uma tareia ao Inception. Também nunca me ouviste dizer que o cinema dele é berrante, só disse que não sou fã. Agora não se gostar do Inception numa era em que passam anos e eu só vejo merda no cinema, não percebo.

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  14. A arrogância é uma característica da personalidade que pode e deve ser utilizada a teu favor e/ou em tua defesa quando necessário. Mou fá-lo eximiamente, apesar dos últimos meses desastrosos em termos comportamentais e de liderança em Madrid (vês como por vezes a arrogância em excesso pode toldar a visão a quem quer que seja?). E CR7 não é arrogante, é um miúdo vaidoso com 1001 penteados e com uma capacidade brutal de trabalho na sua própria profissão, que o elevou a um patamar de referência. Só não contava ser engolido por outro da mesma espécie - se é que é da mesma espécie.

    Já Nolan não sei se é arrogante se não, não o ouvi falar nem li nada sobre ele o suficiente para tecer tal afirmação. Não disse que a pessoa era arrogante, disse que o trabalho era arrogante. E isso, salvo raras excepções, irrita-me solenemente. Nolan pegou no dinheiro todo que tinha da produção e fez uma pasta nebulosa, que não descola, e é, exactamente o contrário do que afirmas anteriormente, confuso e consequentemente contado e explicado de forma declarada e sistemática por todas as personagens, de forma a não tornar-se um teia de nonsense. Não tem interior, não tem sumo. Ou melhor, se tem é uma espécie de Tang a tentar passar por Compal Clássico. E para cúmulo, é uma película que se vende a si própria como original e percursora, como a verdadeira descoberta do entretenimento inteligente em 2010, quando é oca como um barril.

    Toda a correria desenfreada mas empolgante que Nolan consegue extrair da narrativa de Memento falha, em larga escala, em Inception. Toda a tensão latente na relação entre as personagens e nos diálogos que Nolan obtém de The Prestige falha, em larga escala, em Inception. E toda a singularidade da acção e magnitude do vilão que Nolan molda em The Dark Knight (estou excitado a escrever isto quando penso em Ledger!) falha, em larga escala, em Inception. Sendo que, exactamente como diz o B anteriormente, são estes os 3 grandes filmes de Nolan.

    P.S. - Em 1 século de cinema podia dar-te uma legião de filmes de acção/thriller superiores, bastante superiores e pateticamente superiores. Mas assim de repente, e não recuando muito, 10 minutos de Heat ou Seven são mais cinema do que o Inception visto e revisto.

    P.P.S. - Tens um blog de cinema há 6 meses e nesse espaço de tempo já te vi elogiar entusiasticamente, por entre textos e comentários, umas 2 ou 3 dezenas de filmes realizados nos últimos anos. Quem te ouve dizer que se passam anos e só vês merda no cinema, apenas como argumentação para defender um blockbuster insosso, acaba por ficar atónito.

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    1. Tiraste-me a vontade de responder quando disseste que o Heat é melhor que o Inception. E 2 ou 3 dezenas de filmes realizados nos últimos anos são 1% das centenas que vi e de outras tantas que tive que sair a meio. Hoje em dia 80% dos filmes que vou ver ao cinema são uma valente merda mas, se estreitarmos para o género acção/thriller, a percentagem sobe radicalmente. O Inception é óptimo, e quem não consegue ver isso é porque está à espera que o filme seja algo que não é. A verdade é que o filme não é um filme fraco que tenta ser profundo, é um filme bom que não se importa de ser comercial. Quanto ao Memento, só vale mesmo pela "correria desenfreada", porque de resto é um filme fraquinho (esse sim pretensioso). Quanto ao Prestige e ao Dark knight, não tenho nada a apontar obviamente. E repara que foste buscar dois filmes que não têm nada a ver com este: Heat e Seven são policiais clássicos. O Inception é um filme de acção/ficção científica, talvez comparado com um Minority Report ou um Existenz... Mas isto é uma daquelas discussões que não vale a pena ter, porque eu não pondero sequer achar o Inception 1% menos bom do que ele realmente é.

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    2. Adorei o Existenz na altura que vi, mas era pós-adolescente e quando vi o Inception era um homem... ou algo parecido com isso... logo, mexeu zero comigo e isso para mim é inconcebível.

      Tu disseste que o filme era um Thriller/Policial e agora já é um filme de Acção/Ficção Científica... Daqui a pouco vês nele uma Comédia Romântica! No entanto, parece-me óbvio que a tua 2ª opção é muito mais certeira...

      Até gostei mais do Looper!

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    3. Nunca disse Policial... é precisamente não ser um policial que o torna incomparável com o Heat ou com o Seven. São só filmes que não têm nada ver com o Inception a não ser o facto de haverem tiros à mistura. Eu não "vejo nele" nada. Ele é o que é, e é um filme de acção/thriller/ficção científica - parece-vos correcto? A minha opinião é sempre a mesma, vocês é que tão a fazer comparações disparatadas. Como por exemplo dizer que o Looper é melhor que o Inception... por favor...

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  15. Mas tu é que disseste que o Inception era um filme de acção/thriller. Logo, tu é que abriste um janela de comparação para clássicos do género como Heat ou Seven. E o Heat não é só melhor do que o Inception; é mais do que isso, entra naquela categoria de "filmes pateticamente superiores". Da mesma forma que para mim Mann é um cineasta superior a Nolan.

    P.S. - O Minority Report joga numa liga em que o Inception nem ousa chegar.

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    1. Querem perceber o que são opiniões?

      Não acho puto de piada ao Minority Report e adoro o Equilibrium... Realmente não podemos tentar evangelizar.

      O Heat é o melhor Policial/Acção que vi na vida, assim de memória é mesmo... Por isso o filme do estudante que ganhou o Euromilhões fica a léguas...

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    2. "para mim Mann é um cineasta superior a Nolan". Se já acho que chamar a Michael Mann um cineasta é esticar a corda, considerá-lo superior ao Nolan é uma barbaridade.

      Quanto ao Heat ser o melhor policial... French Connection? The Departed? Tenham lá mais noção dás coisas antes de as dizerem...

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    3. Nenhum realizador no mundo filma à noite como Mann (Colateral, Heat, The Insider) e nenhum filma cenas de acção como o Mann, nisso dá 10-0 ao Nolan dos efeitos especiais. Super cru, super realista... Tecnicamente perfeito, faz do Miami Vice um filme de ação do caraças quando tinha tudo para ser uma banhada...

      O Departed é dos piores filmes do Scorsese, adoro o filme mas por favor... o Heat é bem melhor... Só não é tão cómico, mas um Policial não tem de ser cómico...

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    4. Até simpatizo com o Mann, e acho-o bom a filmar cenas de acção mas epah... 'tamos a falar de duas ligas diferentes ao compará-lo com o Nolan. O Nolan já está no Olimpo, quer queiram quer não.

      Quanto ao Departed, para mim é o melhor do Scorcese pós Raging Bull, e acho que isto não é uma excêntricidade minha... É uma opinião partilhada por muitos. Chamar-lhe cómico é absurdo. percebam de uma vez por todas que o Heat é um excelente filme de domingo á tarde, e pouco mais que isso.

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    5. Quase que eliminei o teu comentário :)

      1- eu meto o Nolan no Olimpo actual junto dos outros génios (Fincher, PTA, Aronovsky...) mas se com uns ombreia, com outros fica abaixo... Mas o Inception não...
      2- Claro que é cómico! Não te ris mais que 4 ou 5 vezes a ver o filme? É cómico, tem cenas muito cómicas até... e acho bem! Gosto imenso do filme... Mas Goodfellas é melhor (penso que de forma absoluta), o Gangs de NY é melhor (isto já aceito ser uma opinião minha) e até o Aviador que adoras é capaz de ser melhor (sabes que odeio o Aviador).

      3- Dizer que o Heat é de Domingo à tarde dá prisão nalguns países.

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    6. Adoro esses 3 filmes, incluindo o Gangs, mas não considero nenhum melhor que o Departed. para mim, o Departed é o policial perfeito, como o Inception é o acção/ficção-científica/thriller ou o caralho perfeito.

      Só sei é que o Portas acabou de se demitir e eu há dois dias que ando a adiar merdas porque estes caralhos não param quietos!

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  16. Nolan está no Olimpo da pirotecnia digital, Buddy!:)

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    1. Pronto, não discuto mais isso! Eu não tenho alergia ao digital... pensava que tinha até ver um gatsby ofensivamente digital e ter adorado...

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