Realização: Tony Scott
Argumento: Quentin Tarantino
Elenco: Christian Slater, Patricia Arquette, Gary Oldman, Dennis Hopper, Brad Pitt, Val Kilmer, Christopher Walken, Samuel L. Jackson e James Gandolfini
A ficção é melhor que a vida. No mundo real não há espaço para um amor verdadeiro, para um romance a sério. No mundo real, um jovem solitário é um jovem solitário, e pode descansar a cabeça sabendo que nenhuma das suas idiossincrasias será partilhada por uma jovem loira de lábios carnudos e sorriso frágil. Já no cinema, a história é diferente.
True Romance foi escrito por Quentin Tarantino, mas realizado por Tony Scott. E porquê? Provavelmente porque Tarantino ainda estava no início da sua carreira. Tinham passado meses desde o seu début com Reservoir Dogs, e a crítica ainda estava a digerir o homem que revolucionou o cinema na década de '90. Scott, por outro lado, já estava bem lançado. Uma carreira comercial pouco ambiciosa, que encarava o cinema como entretenimento mas não se deixava envergonhar. Juntaram-se - "e tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis".
O filme é indubitavelmente mais propriedade de Tarantino que de Scott. Podemos vê-lo em cada diálogo, em cada linha narrativa. Cada situação mais insólita, cada personagem progressivamente mais estranha. Mas Scott dá-lhe o equilíbrio que por vezes falta a Tarantino. Ajuda-o a manter uma certa sobriedade num argumento que tem de tudo menos de sóbrio. E o resultado é uma obra-prima. Para mim é o melhor argumento de Tarantino, e certamente o melhor trabalho de Tony Scott.
O elenco já o referi em cima. É um desfile de estrelas, todas com aparecimentos de curta-duração. Confesso que, se me fosse dada a oportunidade de fazer um casting para um filme meu, dificilmente fugiria do escolhido neste filme. É uma junção dos homens mais estranhos e talentosos do cinema moderno - sendo certo que uns tiveram uma carreira de sucesso, e outros morreram na praia. E depois temos Patricia Arquette. Patricia, onde estiveste tu a minha vida toda? No Lost Highway não te dei devida atenção, e ultimamente estás gorda e inchada e perdeste todo o teu carisma. Mas aqui... que sonho. Patricia, se pudesse escolher uma mulher para mim, escolhia-te a ti, tal e qual como estás aqui. Alabama, prostituta há 4 dias mas de coração puro e cheia de amor para dar.
E assim se fazem filmes - para aquecer corações solitários e imaginações férteis. Para nos fazer sonhar que algures no mundo há um sítio onde o carro de um homem é o seu cavalo, onde os cigarros entortam para baixo e as mulheres nunca nos deixam. Onde uma loira com um decote gigante e olhos sonhadores nos aquece a cama enquanto vimos um filme de acção, e nos sussurra no ouvido as três únicas palavras que queremos ouvir: "you're so cool, you're so cool, you're so cool".
Golpes Altos: Gary Oldman com rastas e dentes de ouro? James Gandolfini com algum cabelo? Brad Pitt constantemente pedrado? Patricia Arquette constantemente nua? E, em cima de tudo isto, honestamente um dos argumentos mais bem escritos que vi na minha vida. Isto é cinema! Mais a banda sonora que é óptima, e a cena de abertura que é histórica!
Golpes Baixos: Filmes como este deixam-nos com um sorriso melancólico. E com a estranha sensação de que - como disse um certo soprano da televisão - o melhor já passou, e nós chegámos no fim.
Argumento: Quentin Tarantino
Elenco: Christian Slater, Patricia Arquette, Gary Oldman, Dennis Hopper, Brad Pitt, Val Kilmer, Christopher Walken, Samuel L. Jackson e James Gandolfini
A ficção é melhor que a vida. No mundo real não há espaço para um amor verdadeiro, para um romance a sério. No mundo real, um jovem solitário é um jovem solitário, e pode descansar a cabeça sabendo que nenhuma das suas idiossincrasias será partilhada por uma jovem loira de lábios carnudos e sorriso frágil. Já no cinema, a história é diferente.
True Romance foi escrito por Quentin Tarantino, mas realizado por Tony Scott. E porquê? Provavelmente porque Tarantino ainda estava no início da sua carreira. Tinham passado meses desde o seu début com Reservoir Dogs, e a crítica ainda estava a digerir o homem que revolucionou o cinema na década de '90. Scott, por outro lado, já estava bem lançado. Uma carreira comercial pouco ambiciosa, que encarava o cinema como entretenimento mas não se deixava envergonhar. Juntaram-se - "e tudo vai pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis".
O filme é indubitavelmente mais propriedade de Tarantino que de Scott. Podemos vê-lo em cada diálogo, em cada linha narrativa. Cada situação mais insólita, cada personagem progressivamente mais estranha. Mas Scott dá-lhe o equilíbrio que por vezes falta a Tarantino. Ajuda-o a manter uma certa sobriedade num argumento que tem de tudo menos de sóbrio. E o resultado é uma obra-prima. Para mim é o melhor argumento de Tarantino, e certamente o melhor trabalho de Tony Scott.
O elenco já o referi em cima. É um desfile de estrelas, todas com aparecimentos de curta-duração. Confesso que, se me fosse dada a oportunidade de fazer um casting para um filme meu, dificilmente fugiria do escolhido neste filme. É uma junção dos homens mais estranhos e talentosos do cinema moderno - sendo certo que uns tiveram uma carreira de sucesso, e outros morreram na praia. E depois temos Patricia Arquette. Patricia, onde estiveste tu a minha vida toda? No Lost Highway não te dei devida atenção, e ultimamente estás gorda e inchada e perdeste todo o teu carisma. Mas aqui... que sonho. Patricia, se pudesse escolher uma mulher para mim, escolhia-te a ti, tal e qual como estás aqui. Alabama, prostituta há 4 dias mas de coração puro e cheia de amor para dar.
E assim se fazem filmes - para aquecer corações solitários e imaginações férteis. Para nos fazer sonhar que algures no mundo há um sítio onde o carro de um homem é o seu cavalo, onde os cigarros entortam para baixo e as mulheres nunca nos deixam. Onde uma loira com um decote gigante e olhos sonhadores nos aquece a cama enquanto vimos um filme de acção, e nos sussurra no ouvido as três únicas palavras que queremos ouvir: "you're so cool, you're so cool, you're so cool".
Golpes Altos: Gary Oldman com rastas e dentes de ouro? James Gandolfini com algum cabelo? Brad Pitt constantemente pedrado? Patricia Arquette constantemente nua? E, em cima de tudo isto, honestamente um dos argumentos mais bem escritos que vi na minha vida. Isto é cinema! Mais a banda sonora que é óptima, e a cena de abertura que é histórica!
Golpes Baixos: Filmes como este deixam-nos com um sorriso melancólico. E com a estranha sensação de que - como disse um certo soprano da televisão - o melhor já passou, e nós chegámos no fim.
E não se manda abaixo o Slater?! Esse Tom Cruise agri-doce? Felizmente, um jogador mau parece mediano numa equipa forte. Acho que o desequilibrio em Tony Scott muito mais vincado que em Tarantino, mas concordo que este argumento era demasiado sórdido para o homem médio e demasiado precioso para um realizador que ainda estava a encontrar o seu espaço. Uma boa memória daquele senhor que nos trouxe a Fúria do Último Escuteiro, o Die Hard não oficial mais fixe de sempre.
ResponderEliminarAhah bem visto, o Slater é fraquinho de facto. Mas honestamente, gosto dele neste filme. Havia outros mais carismáticos, mas o gajo encaixa-se bem. Quanto à Fúria do Último Escuteiro... palavras sábias! Grande filme! O segundo melhor do Tony Scott, vá... O Top Gun é bom mas um bocado homo-erótico (e qual é a cena da gaja ser tipo a mais feia de sempre?!).
Eliminaruhuuuu, eu leio Voltaire :p
ResponderEliminaré comó Jorge Jasus. Largo a bomba e no fim remato: "Pascal! Conhecem?"
EliminarNão vi ainda, mas para ver o Gary Oldman com rastas, estou quase convencida.
ResponderEliminarAhah tá incrível! Grande actor!
EliminarRosinha, o gary até como duende rafeiro está fixe... Já viste um duende rafeiro? é aquele :P
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