domingo, 10 de março de 2013
Side Effects
Realizador: Steven Soderbergh
Argumento: Scott Z. Burns
Actores: Rooney Mara, Channing Tatum, Jude Law, Catherine Zeta-Jones
O Soderbergh já fez de tudo sem nunca ter atingido um nível de génio. Já fez o Traffic (o melhor dele), o Ocean's Eleven (entretenimento como poucos conseguem) e suas sequelas, o Solaris (uma homenagem), os Che (outras homenagens), Magic Mike (WTF?) e agora o Side Effects. Ninguém pode esperar que seja agora que ele chega ao nível de génio, até porque quem conta com o Magic Mike e Jude Law no mesmo filme, não pode ambicionar grandes voos.
O Side Effects conta a história de uma menina perturbada (a Rooney bem gira que tem sempre a mesma cara de sofrimento) que tem o marido prestes a sair da cadeia (Magic Mike preso? Que fez ele? Strip à frente da Casa Branca?). Ela tem problemas de depressão graves, é agora acompanhada por um psiquiatra bem relacionado (Jude Law) e já foi acompanhada por outra psiquiatra bem cotada no mercado (Zeta-Jones que está habituada a esta temática...). Como qualquer depressivo as drogas são um mal necessário, este filme centra todas as baterias nas drogas que os depressivos tomam, seus efeitos secundários e perigos adjacentes.
A primeira metade do filme (o 1º filme de sempre que tem o intervalo no sítio certo nos cinemas Zon Lusomundo) é uma estopada... Não anda nem desanda, perdem demasiado tempo a retratar aquilo que começa a ser previsível. Nesta metade ficamos desconfortáveis com tanto enredo cinzento, tanto ambiente pesado, tanto comprimido e tanta luta contra uma doença horrível. Isso é bom? Só se derem um guia de marcha apetecível, senão é só um exercício depressivo e eu não gosto de exercícios meramente temáticos.
Quando regressamos ao filme tudo muda. A história começa a revelar um enredo interessante, o filme ganha uma dinâmica que nos prende e que nos vai deixando a adivinhar os passos seguintes. Esta 2ª parte é que faz o filme, é aqui que a história nos prende, é aqui que começamos a entender o porquê do tédio inicial. A partir do momento que percebemos o que se passa, torna-se fácil perceber o que vem de seguida. Aponto isto ao filme, um filme que vive do enredo que cria mas acaba por ser previsível cedo demais.
O Soderbergh sabe filmar, nunca filmou mal e aqui o registo mantém-se. Conta bem a história, dá uma cor ao filme que nos faz lembrar a história "azulada" também com a Zeta-Jones no Traffic. Gostei disso mas mais uma vez, não surpreende.
A Rooney Mara é a melhor do filme, o Magic Mike estamos sempre à espera que não entre na cena porque vai estragá-la e os outros 2 são mais do que se tem visto, não são grandes actores mas ficam bonitos no ecrã.
Resumindo, saber fazer filmes não chega, apenas consegue fazer mais um filme que se vê bem mas que não me lembrarei daqui a 15 dias.
Golpes Altos: Realização coerente com o enredo, Rooney Mara, a ideia base do argumento e uma cena que não posso contar aqui senão é considerado "Spoiler". Quem já viu que adivinhe! É fácil :)
Golpes Baixos: Magic Mike, Enredo previsível e uma primeira parte sofrível.
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Está na watchlist desde que vi o trailer, fiquei curiosa apesar de não me ter parecido um grande filme. Infelizmente não chegou a Aveiro (para variar), pode ser que esta semana... :)
ResponderEliminarE a Rooney Mara, depois do papelaço no The Girl With The DT, deixa sempre as pessoas com vontade de ver mais dela! :)
Ela está muito bem... É uma actriz com enorme potencial, mas queria ver outros registos dela.
ResponderEliminarNão me apela muito, mas vinha fazer um disco pedido: 7 psicopatas.
ResponderEliminarPara quando a review? ;)
Cueca, vale a pena ver! ;)
ResponderEliminar'Tou só à espera que estreie em Portugal (acho que falta uma semana) e faço a review do seven psicopaths. (Mas aviso já que não adorei :P)
ResponderEliminarAo início estava a adorar, lá para o meio, comecei a achar uma banhada...para o fim já me perguntava quantos minutos mais iam continuar naquilo.
EliminarTinha uma premissa tão boa, mesmo com um cão, e vamos a ver e...pronto...não deu para mais, pobrecitos.
Ora bem... foi exactamente o que eu achei!
EliminarEstopada. :p
ResponderEliminarOi? Come again?
ResponderEliminarÉ com O, filho, e não com U. Xiça.
ResponderEliminarahh, já mudaste. sonso.
ResponderEliminarShame on you!!!!
ResponderEliminarUtilizar o termo "genial" é algo que não devia ser banalizado - e fazemo-lo amiúde.
ResponderEliminarSe Soderbergh alguma vez foi genial, não sei, depende do ponto de vista - The Limey ou Traffic estão lá perto.
Mas quando pensamos em títulos como os acima mencionados e ainda Sex, Lies and Videotape, Erin Brockovich, o díptico Che...é uma boa carreira dum gajo que sempre soube como fazer bem as coisas.
Não gosto do Traffic, não gosto da Erin Porcovich e não adoro o Sex, Lies and Videotape. De facto, o unico que gosto realmente é o díptico Che!
ResponderEliminaro Porcovich é uma seca... não acho puto piada ao filme.
ResponderEliminarTraffic? Top... O melhor dele a léguas! Melhor que o díptico.
Pois toda a gente me diz o mesmo do Traffic... mas a realidade é que já o vi 2 vezes e contínua a não me agradar. Daqui só posso tirar duas conclusões. Ou o problema é meu, ou o único que não tem um problema sou eu... Parece-me óbvia a escolha da segunda hipótese.
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