terça-feira, 26 de março de 2013

Seven Psychopaths

Realização: Martin McDonagh
Argumento: Martin McDonagh
Elenco: Colin Farrell, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Christopher Walken, Tom Waits e Olga Kurylenko

Bem... esta vai ser difícil, mas aqui vai: Seven Psychopaths não presta. É um daqueles filmes que funcionaria, caso tivesse sido bem feito (uma espécie de Moeda Única Europeia, versão Hollywood). Mas comecemos pelo que joga a seu favor.

O elenco de luxo já seria uma grande ajuda, caso as personagens fossem minimamente decentes. Sam Rockwell e Christopher Walken estão óptimos. Têm graça e os personagens são minimamente complexos (minimamente). Os restantes "psicopatas" mais valia não existirem. O filme poderia chamar-se Two Psychopaths e aposto que funcionaria muito melhor - pelo menos não tínhamos de dividir a atenção entre sete (mas são mesmo sete? é que às tantas nem se percebe) personagens que alguns são quase figurantes.

E depois temos o Colin Farrell... Quem no seu perfeito juízo é que decide pôr este gajo a fazer de coitadinho inseguro ou - mais grave ainda - de INTELECTUAL?! Não se via um erro de casting destes desde que decidiram que o Russel Crowe dava um bom génio da matemática!

O realizador e escritor deste filme teve uma estreia bastante boa: In Bruges é um filme que cumpre os requisitos e até os supera em algumas situações. Boas personagens, boa história e boa concretização. Em Seven Psychopaths mete os pés pelas mãos. Pessoalmente, confesso já não ter grande paciência para filmes cheios de personagens e cheios de reviravoltas, plot points, twists e "a movie within a movie kind of thing" - por isso já adivinhava a banhada que poderia sair daqui.

Martin McDonagh, não sabes que "simples é o novo complicado"? Mantém-te atento às modas, já que queres fazer um filme cool. Deixa este género para aqueles anos cinzentos em que estrearam mil filmes iguais ao Smokin' Aces! Inventa, aventura-te, surpreende-me... mas, acima de tudo, se vais pôr a Olga Kurylenko num filme, ao menos despe-a só um bocadinho!


Golpes Altos: Christopher Walken, Sam Rockwell, uma realização semi-dinâmica e... não sei... acho que mais nada.

Golpes Baixos: Argumento = Lixo; Colin Farrell a fazer de mariquinhas; Olga Kurylenko com demasiada roupa; repetição de tantos filmes iguais ou parecidos... já chega.


8 comentários:

  1. Concordo!

    Mas acrescentava que se vê muito bem e ainda te ris umas quantas vezes.
    Nem tudo é mau mas quase nada é muito bom... E isso também me irrita principalmente quando o In Bruges é tão bom...

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  2. Costumo concordar com tudo o que se escreve neste blog, mas em relação a este filme tenho uma opinião contrária à vossa: acho que o argumento é mais forte que a realização. Vi este filme porque adorei o In Bruges, e admito que ficou aquém das minhas expectativas, mas acho que se deveu em grande parte à inexperiência do Martin McDonagh como realizador - o filme por vezes perde o controlo da história e aquilo baralha-se tudo um bocado -, mas acho que o argumento teria dado um grande filme em mãos mais experientes. Tenho fé no McDonagh; ele, por enquanto, é mais escritor que cineasta, mas já nos trouxe dois filmes, no mínimo, interessantes.

    Márcia

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  3. Opiniões contrários são sempre bem-vindas. E é possível que tenhas razão... teria que rever o filme com maior atenção aos pormenores de realização. Quanto ao argumento, mantenho a minha opinião: acho-o mau. É uma amálgama de clichés.

    Quanto ao McDonagh... talvez ainda haja salvação! :)

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  4. Ao comparar este filme com o In Bruges fica-se realmente desiludida e a pensar que o realizador vai de cavalo para burro.
    Mas no geral tenho de concordar ali com o B., apesar das falhas que o filme tem acho que vale a pena ver e dar umas risadas com aquilo. :)

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  5. Bom, parece que "não presta" é muito forte... O filme tem boas ideias e apesar da má gestão do argumento poderia funcionar melhor. Acima de tudo, é entretenimento e diverte. Eu conheço a sensação de ver uma coisa com potencial sair ao lado, mas passado uns dias se ainda nos lembrarmos do Christopher Walken como ladrão de cães a coisa não anda perto de um desastre.

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  6. Fonemas Invertebrados: concordo na totalidade com o teu comentário!

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  7. Epah parte de mim concorda porque de facto há algumas coisas divertidas, mas parte de mim discorda porque existe entretenimento menos pretensioso e muito melhor. Até o Smokin' Aces (que Deus sabe não está nem perto dum bom filme) está melhor conseguido que este. As falhas de argumento não são, a meu ver, desculpáveis - porque a coisa não era assim tão difícil de resolver. Basicamente, dou por mim a analisar a história e a ver o reflexo da falta de talento e de inteligência do guionista. No cinema como na pintura: se até eu conseguia pintar melhor aquela merda, é porque não presta.

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