Argumento: Todd Philips e Craig Mazin
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis e John Goodman
Drogas, macacos, bebés, tatuagens, mini-pilas chinesas, homossexualidade (pouco) subtil, óculos de sol e... já disse drogas? A matilha está de volta, com uma conclusão muito pouco épica para uma trilogia que merecia passar do 'politicamente incorrecto' para o 'socialmente intolerável' - mas não cumpre.
Já tínhamos visto praticamente tudo aquilo que nunca queríamos ter sido obrigados a ver numa sala de cinema. No primeiro filme, Todd Philips reinventou a loucura de Old School e fez-nos acreditar que Las Vegas era o sítio para se estar. Dois anos depois Todd Philips, de uma forma bastante preguiçosa, agarra na mesma estrutura do primeiro filme e muda-lhe apenas o cenário - desta vez, saímos do filme a esfregar as mãos - 'Bangkok, bitches?'. Outros dois anos passam, e Todd Philips tem o bom senso de perceber que não é possível fazer-se três filmes com exactamente o mesmo argumento. Decide 'apimentar' as coisas. A história desta vez é mais complicada, mais trabalhada, mais coerente. As cenas de acção são melhores, as personagens são mais tridimensionais e consegue cumprir os requisitos de um último capítulo, fechando todas as portas deixadas abertas pelo primeiro. Então, o que falha? O que falha, é que ninguém espera de Hangover um filme com grandes tramas, boas cenas de acção ou personagens com conflitos interiores. O que nós queremos, é que esta merda nos faça rir. Rir às gargalhadas, tapar os olhos de nojo, abanar a cabeça em jeito reprovador - 'Epah, não acredito que estes gajos fizeram isto..'. A questão é que a conclusão épica para a trilogia, tinha implícita a obrigatoriedade de ser ainda mais incorrecta que as outras duas. Queria cocaína a voar pelo ar, Ed Helms a ser violado por um anão, Bradley Cooper a ser desfigurado com uma navalha (não quero viver num mundo onde tenho de competir com este tipo de gajos) e Zach Galifianakis a... ser ele próprio.
Em vez disto, temos demasiado protagonismo dado a Mr. Chow - o homenzinho asiático com o pénis do tamanho de um berlinde - que claramente não tem estrutura para tanto tempo de antena. Mr. Chow tem graça quando aparece de vez em quando, mas não pode ser mais importante que Ed Helms ou Bradley Cooper, isso é simplesmente errado. E assim termina uma saga, que nos proporcionou boas gargalhadas e alguns prelúdios de vómito, de uma forma bem menos ousada do que seria de esperar. No entanto, se quisermos ver os membros da matilha a caminhar em câmara lenta, ao som de clássicos como Santana, Billy Joel, Phil Collins ou Black Sabbath, vale sempre o dinheiro do bilhete de cinema.
Acabei de sair do cinema e sinto um travo amargo, sinceramente. Foram escassos os momentos em que ri mesmo com vontade (fora o facto de olhar simplesmente para o Galifianakis...). Rir como me ri nos outros dois (sobretudo no primeiro) só mesmo na última parte.
ResponderEliminarAs piadas estão fracas e "gastas", tiram o "brilho" ao Phil e ao Stu, o Mr.Chow parece uma pastilha elástica de tanto gasta que aquilo está.
Para mim, foi fraco. Tenho dito
É tudo verdade, e percebo o desapontamento. Mas na realidade não fiquei arrependido de ter ido ver, é sempre uma boa forma de distracção e ainda me diverti (se bem que bastante menos do que estava à espera).
EliminarFoi mais dark e sério, as piadas mais subtis… foca-se mais na relação que se criou entre todos e na personalidade de cada um. É bom , a vida e as pessoas não são só borracheira e palhaçada… Acho que o grupo merecia um final de ciclo assim, mais intimista e sério, e não apenas mais um episódio semelhante aos anteriores.
ResponderEliminarÉ uma maneira de ver as coisas, e eu até concordaria caso estivéssemos a falar de outro tipo de filme. A questão é que esta saga nunca pretendeu ser intimista nem séria - ou muito menos retratar a vida como ela é. E por isso achei um passo em falso. Não vou ao cinema ver um filme destes para observar laços e ligações entre pessoas, vou para ver borracheira e palhaçada. Mas isto sou eu.
EliminarPois... eu fui ver a alcateia.
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