terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

The Perks of Being a Wallflower

Realização: Steven Chbosky
Argumento: Steven Chbosky, baseado no livro de... Steven Chbosky
Elenco: Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller e Paul Rudd

Já aqui falámos de filmes que nos entretêm, filmes que nos fazem rir, filmes que nos mostram o pior e o melhor de nós, filmes que nos dão a conhecer mundos diferentes do nosso e ainda aqueles que nos deixam avançar uns anos no tempo e espreitar para o que o futuro nos reserva. Mas há um outro tipo de filme. Um tipo de filme que não acrescenta ou antecipa nada, mas apenas nos recorda aquilo que já fomos ou aquilo que poderíamos ter sido.

The Perks of Being a Wallflower é um filme de adolescentes, não vos vou enganar. E não é para qualquer tipo de adolescentes. É só para aquela fina nata que conseguiu passar despercebida durante os anos do liceu, e mais tarde acabou por vir à tona e superar os insuperáveis. Mas, se o filme se resumisse a isto, seria precisamente o tipo de filme para o qual eu não teria paciência. Mas não, este filme é mais que isso. É a história dum puto incrível, com todos os ingredientes para se tornar um homem incrível - mas é uma fina linha aquela que divide uma personalidade extraordinária, de mais um talento desperdiçado.

Pessoalmente, começa a irritar-me o que resultou da "vingança dos nerds" - se antes eram os jogadores de futebol e os surfistas que sacavam as miúdas, agora os fixes são os que passaram a adolescência a ouvir The Smiths e a cortar os pulsos. Isto criou o que normalmente todas as modas criam - os hipsters. De repente, os surfistas cortaram o cabelo, deixaram crescer o bigode e começaram a ler Kerouac; os jogadores de futebol trocaram as chuteiras pelos óculos de massa e as discotecas pelos festivais de Jazz ao vivo. Agora temos que olhar com mais atenção para distinguir as pessoas especiais.

Isto para dizer que não aguento nem mais um filme sobre losers do liceu a vencerem crises de identidade. Mas este filme não é sobre isso. É um filme honesto, pessoal e muito bem escrito, sobre uma altura em que ainda era diferente ser diferente.

Eu cresci no final dos anos 90 e ainda conheço aquela gente, aquela música, aqueles livros e aqueles filmes. Conheço os professores que tentam fazer alguma coisa de nós e a dificuldade em perceber o que nós somos. Conheço as paixões arrebatadoras, as miúdas que brilham no meio da multidão e os beijos que nos fazem desejar que o tempo pare e que aquele momento dure para sempre.

No fundo somos uma soma do que fomos, e este filme relembra-nos disso.


Golpes Altos: É um projecto único. Um livro, que deu um guião, que deu um filme - tudo feito pelo mesmo homem. Interpretações maravilhosas de três novos talentos. Banda-sonora saudosista dos anos '90.

Golpes Baixos: Emma Watson, pára de fazer natação. És uma miúda muita louca, mas 'tás a mandar dum trapézio exagerado e dum pescoço à Jiu-Jitsu.

7 comentários:

  1. Eu adorei o filme, talvez principalmente pela nostalgia que me trouxe. E tem ali qualquer coisa de apaixonante. E adoro o Ezra Miller, prevejo um grande futuro para ele como actor, o que não é nada de duvidar, basta ver o We Need to Talk About Kevin. :)

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  2. Também adorei. Sim pah esse puto é óptimo, mas ainda não vi o We Need To Talk About Kevin, o gajo assusta.me lol

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  3. Tens de ver, muito bom filme! Mas sim, é um filme um bocado perturbador, principalmente no que diz respeito à personagem dele! ;)

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  4. Este filme é delicioso mas estou sempre à espera que a miúda faça um truque de magia qualquer...

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  5. Aceitam criticas construtivas ?
    Já pensaram alterar a côr preta do background do blog ?
    Não é por nada, mas se estivermos a ler mais de 3 minutos, quando desviamos o olhar ficamos a ver só zebras à volta... :-(

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  6. Zebras = preto e branco
    Áh é verdade..convém salientar que, não bebi nada nas ultimas horas e não ando a tomar "drunfos" :-)

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  7. Tiago! E esta?
    Eu era dos mais "queixosos" mas era realmente mais bonito o preto...

    Enfim, esta será a cor de teste agora!

    Abraço!

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